Sociedade Justiça Tribunal manda soltar todos os oficiais da PRM envolvidos na caça furtiva

Tribunal manda soltar todos os oficiais da PRM envolvidos na caça furtiva

Um juiz do Tribunal Judicial da cidade de Xai-Xai acaba de emitir uma ordem de soltura a favor dos sete indiciados em caça furtiva de rinocerontes que permanecia em cárcere, sob acusação de envolvimento em caça furtiva no Parque Nacional do Limpopo, na província de Gaza.

O juiz colocou em liberdade provisória, mediante o pagamento de uma caução, o chefe das Operações do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Gaza que se encontrava detido por envolvimento em caça furtiva, no Parque Nacional do Limpopo, no distrito de Massingir.

Com a soltura do chefe das Operações do Comando Provincial da PRM, ficam, deste modo, todos os sete implicados no caso em liberdade. O oficial era o único que permanecia em cárcere, de um grupo de sete agentes, indiciados em Janeiro passado, de envolvimento em caça furtiva de rinocerontes.

Anteriormente, um juiz de Instrução Criminal do mesmo tribunal havia negado ao chefe das Operações do Comando Provincial da PRM em Gaza o pagamento de uma fiança, alegando que o mesmo era o responsável do grupo cuja prisão tinha sido legalizada e imediatamente postos em liberdade provisória mediante o pagamento de 30 mil meticais.

Não se sabe quanto pagou, mas o porta-voz da PRM em Gaza, Jeremias Langa, disse que “apenas lhe vimos fora, afirmando que estava em liberdade provisória”.
De acordo com o mesmo porta-voz, os sete oficiais continuam até agora suspensos das suas funções estando neste momento a aguardar o julgamento para o desfecho do caso.

Para além do processo-crime que corre seus trâmites legais junto das instâncias judiciais daquela província, foi aberto contra os agentes um processo disciplinar a nível da corporação.

Para além do chefe das Operações do Comando Provincial da PRM em Gaza, considerado como sendo o cabecilha dos indiciados, o grupo envolvia o comandante distrital da PRM de Massingir, o chefe da Brigada de Trânsito da PRM de Massingir, o comandante da 1ª Esquadra da PRM da cidade de Xai-Xai, mais outros dois oficiais cujas identidades não foram reveladas.

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Na verdade, os agentes foram indiciados de terem neutralizado um grupo de caçadores furtivos do qual arrancaram cornos de rinocerontes em quantidades não especificadas, tendo posteriormente vendido e dividido o dinheiro entre si.

Na versão da Polícia, os cinco agentes que trabalham na cidade de Xai-Xai tiveram informações através dos seus colegas de Massingir, nomeadamente o comandante distrital da PRM local e o chefe da Brigada de Trânsito de Massingir, da existência de um grupo de caçadores furtivos no Parque Nacional de Limpopo.

Na circunstância, segundo apurou o Canalmoz, os agentes de Xai-Xai teriam empreendido uma viagem a Massingir, onde se juntaram ao comandante distrital da Polícia local e o chefe da Brigada da Polícia de Trânsito, para posteriormente fazerem uma emboscada aos caçadores furtivos, o que culminou com a neutralização dos mesmos e a recuperação dos cornos.

Consta que os caçadores puseram¬-se em fuga, mas a própria Polícia acredita que os seus agentes teriam permitido a fuga daqueles mediante suborno como forma daqueles oficiais se apoderarem dos cornos que viriam a vender para benefício próprio.

A viagem dos agentes a Massingir e, consequente emboscada aos “furtivos”, aconteceu no dia 16 de Dezembro do ano passado, tendo o Comando Provincial da PRM tomado conhecimento no dia seguinte, ou seja, a 17 de Dezembro, ao que se seguiram as investigações para apuramento dos factos dos acontecimentos, que determinaram com a detenção dos sete oficiais, todos eles agora em liberdade que diz ser provisória, mediante o pagamento de uma caução.