As metas de prover água potável para mais de 4,5 milhões de pessoas em Moçambique até ao ano de 2015 não será cumprida devido a grandes défices de investimento por parte do Estado, previsivelmente 8,7 milhões de pessoas continuarão sem saneamento seguro.
O relatório da WaterAid, uma ONG que trabalha na área de água e saneamento intitulado “Das promessas à realidade: É urgente e necessário que os líderes da África Austral cumpram as promessas feitas relativas à água, ao saneamento e à higiene”, avança que neste momento existem no País cerca de 19,3 milhões de pessoas a viver sem acesso ao saneamento e outras cerca de 12,6 milhões sem água potável e segura para o consumo.
Uma das causas apontadas para o não cumprimento das metas a nível do nosso País é o facto de existir pouco investimento na área. Segundo o relatório, há um défice de financiamento de 267 milhões de dólares por ano nas despesas, necessários para voltar a colocar Moçambique no cumprimento das promessas.
Para melhorar este quadro e reduzir este défice, o relatório apela ao Governo de Moçambique para planear o uso das receitas derivadas dos recursos naturais e dos doadores para melhorar a definição de objectivos da ajuda.
O relatório apela ainda ao Governo “para que cumpra a promessa feita na União Africana em 2008 de gastar pelo menos 0,5% do PIB em saneamento e higiene” , que actualmente não está a ser cumprido, assim como “definir linhas claras do orçamento para o saneamento e a água no orçamento de Estado.”
Este relatório é divulgado numa altura em que o Governo de Moçambique irá participar no próximo mês, em Washington DC, numa reunião de alto nível sobre saneamento e água para todos que vai reunir ministros e oficiais de países doadores e em desenvolvimento, assim como representantes do Banco Mundial, da ONU e ONGs.