A produção de algodão em Moçambique vai duplicar a partir de 2020 ao passar das actuais 100 mil toneladas que são produzidas por ano para 200 mil toneladas.
O director do Instituo Nacional de Algodão, Norberto Mahalambe, que revelou esta informação à nossa Reportagem, disse que este crescimento corresponde a um incremento de 10% por ano.
Para atingir estas metas, as autoridades moçambicanas estão neste momento a atrair mais investidores nacionais e estrangeiros no sentido de apostarem na área de produção de algodão em Moçambique, bem como no desenvolvimento de técnicas que vão permitir maior rendimento de produtividade por hectare.
Por outro lado, o Governo está neste momento a mobilizar mais produtores no sentido de apostar cada vez mais na produção de algodão no País, bem como no incremento de áreas de cultivo.
A iniciativa, de acordo com Norberto Mahalambe, visa responder ao aumento de investimentos que o País tem vindo a registar nos últimos anos no sector têxtil.
O bom preço praticado no mercado internacional de 1500 dólares norte-americanos por tonelada é também a outra razão apontada pelo director do Instituto Nacional do Algodão como principal factor que está a influenciar as autoridades moçambicanas a avançar no aumento de produção do chamado “ouro branco” no País, dado a sua importância na economia nacional por ser uma cultura de rendimento para as famílias moçambicanas.
“Como eu disse inicialmente, os preços têm sido um factor determinante no que toca à produção desta cultura de rendimento”, disse Mahalambe.
“Então, com os bons preços que neste momento vigoram no mercado mundial, esperamos que nos próximos anos aumente o número de produtores bem como de áreas de produção no País”, sublinhou a nossa fonte.
No que concerne ao rendimento por hectare, as autoridades nacionais já estão a trabalhar nesse sentido, uma vez que nos últimos anos tem vindo a registar-se um aumento significativo, tendo passado de 250 quilogramas por hectares para 700 quilogramas e com tendência para uma tonelada por hectare a breve trecho.
Para além da área de fomento que neste momento está a atrair um grande volume de investimentos nacionais e estrangeiros, Mahalambe disse que o País está, também, a registar um grande fluxo de investimento na área industrial para o processamento, e garantiu que são biliões de dólares que estão neste momento a serem investidos para a revitalização da indústria têxtil em Moçambique.
Segundo Mahalambe, neste momento o País conta com três grandes novas iniciativas de raiz no sector têxtil, com destaque para Mozambik Coton Manifactor (antiga Riopele,), localizada na província de Maputo, concretamente no distrito de Marracuene.
Trata-se de grande iniciativa dado ao facto de representar um grande volume de investimentos e, por outro lado, porque envolve uma cadeia de produção completa, uma vez que, para além de processar, vai fazer fiação e produção de algodão.
“Portanto a entrada em funcionamento destas três grandes iniciativas daqui a seis ou sete anos obrigam que produzamos cada vez mais para poder alimentar estas indústrias que se prevê que venham a consumir por ano 60 mil toneladas de algodão”, explicou o director Nacional de Algodão.
Províncias da zona norte são as maiores produtoras de algodão no País
Segundo dados do Instituto Nacional de Algodão, as províncias da zona norte do País – Niassa Cabo Delgado e Nampula – são as maiores produtoras do chamado “ouro branco” em Moçambique pois são responsáveis por 70 por cento de toda a produção nacional.
E os restantes 30 por cento, ainda de acordo com os mesmos dados, são produzidos nas províncias de Tete, Sofala, Manica e um pouco em Gaza e Inhambane.
O País conta com um total de 250 mil produtores de algodão a nível do sector familiar e 10 empresas fomentadoras.