Economia Custo de combustível torna pesca de pequena escala insustentável

Custo de combustível torna pesca de pequena escala insustentável

O preço da gasolina tem estado a subir consideravelmente em Moçambique. Em 2011 o litro custava 40 meticais, contra os actuais 47,52 meticais. As longas distâncias agora percorridas (mais de 3 milhas da Baía de Maputo) à procura do pescado estão a tornar a actividade insustentável. Os pescadores pedem subsídio ao Governo para levarem a bom porto a actividade.

“Usamos motores de alta cilindrada e gastamos muita gasolina”, conta Lourenço Sendane, pescador da Costa do Sol desde 1978, altura que ainda se usava a vela.
Alfredo Pacule, 41 anos, gasta por dia para os seus quatro barcos, 369 litros de gasolina ou quase 18 mil meticais. “Antes havia muito peixe, agora não é fácil, percorremos longas distâncias”, conta Pacule.

A carestia do combustível e a cada vez mais escassez do pescado leva centenas de pescadores a solicitarem subsídio ao Governo.
Devido à subida do preço do combustível, o Governo está a subsidiar a pesca industrial, os “chapas” e as panificadoras e os pescadores de pequena escala sentem-se excluídos.

“Agora para ter peixe, vasculhamos toda a Baía de Maputo”, explica Manuel Mpondja, para quem o subsídio por parte do Governo “pode aliviar um pouco os gastos com a gasolina” e oferecer outra dinâmica à actividade.

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A subida da gasolina cria perdas ao pescador que não consegue vender o peixe a um preço mais caro, mas sempre tem que comprar gasolina para no dia seguinte ir ao mar.
A situação se agrava pelo facto de a zona não ter frigoríficos para conservar o peixe, tendo muitas das vezes que vendê-lo a preços baixos para as vendedeiras, tidas em última análise como as mais beneficiadas na pesca artesanal, pois não têm gastos de investimento.

Governo diz que subsídio já foi aprovado…

“Já foi anunciado o subsídio, faltam apenas os mecanismos de operacionalização para que haja acesso”, disse o ministro das Pescas, Victor Borges.
Borges não avança datas para o começo dos subsídios, mas diz que consistirão na redução em 50 % do actual preço da gasolina.