Segundo fonte familiar, o funeral de Jaimito teve lugar ainda na tarde de ontem, no cemitério local. O jovem perdeu a vida em meados de Julho passado ao ser baleado por um agente da Polícia sul-africana, quando tentava fugir de uma equipa de patrulha policial que o surpreendeu com um grupo de amigos a consumir cerveja na via pública.
Uma vez que as leis sul-africanas penalizam a todos aqueles que forem encontrados a consumir álcool na via pública, Jaimito Jochina, assim que viu a equipa de agentes da Polícia, tratou de ensaiar uma fuga que o custou a vida. Com um tiro certeiro, um dos polícias da equipa de patrulha atingiu-o, caindo inanimado.
Este caso acontece numa altura em que a Justiça daquele país está a julgar outros nove agentes envolvidos na morte de um outro moçambicano, desta feita o taxista Mido Macia, torturado até à morte.
Ao que apurámos, o agente que matou o jovem moçambicano continua suspenso das suas funções, enquanto as autoridades investigam o crime. Ele tentou justificar a sua atitude, evocando que o malogrado era um criminoso.
Feitas as buscas ao corpo do jovem, os peritos da Polícia não encontraram nada que o ligasse a actos criminais, senão uma garrafa de cerveja que estava a consumir. Na sua residência, a Polícia efectuou outras buscas e não encontrou nenhum elemento que o ligasse ao mundo do crime.
Aliás, o Comando Policial de North West já admitiu falhas na actuação do seu agente. Rezam as normas policiais que o agente só pode atirar para matar no caso de se tratar de um indivíduo procurado pela justiça, por crimes graves ou no caso de ser portador de arma de fogo. Nenhuma destas situações se enquadra na figura do jovem moçambicano, que acabou sendo morto por beber cerveja na via pública.
Jaimito Jochina era apenas um simples mecânico que se dedicava à soldadura de escapes de viaturas nas ruas de North West.