Economia Linha de Sena duplica escoamento da carga

Linha de Sena duplica escoamento da carga

O facto surge depois do investimento de mais de 45 milhões de dólares norte-americanos na conclusão das obras de reabilitação e manutenção da ferrovia que decorriam desde Maio do ano passado a cargo de construtoras portuguesas Mota-Engil e Edivisa (do Grupo Visabeira), cuja empreitada consistiu no lançamento de novas vias para facilitar as operações de cruzamentos das locomotivas nas estações e apeadeiros.

O projecto incluiu o troço Beira/Dondo no ataque ou levantamento da via, substituição de carris e travessas, reforço do balastro entre Savane e Moatize, colocação e/ou aumento das linhas de cruzamento nas estações e apeadeiros de Póvoa, Dondo, Milha-8, Cundue e Murraça.

Todas as pontes com mais de 15 metros de comprimento incluindo Dona Ana com 4,6 km (que foi terceira maior infra-estrutura hidráulica em África na década 40) existentes ao longo da Linha de Sena foram avaliadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, tendo-se concluído que nenhuma delas apresenta problemas estruturais.

Mesmo assim, estudos estão em curso para permitir que nos períodos subsequentes, a Linha de Sena tenha capacidade máxima anual de 12 até 20 milhões de toneladas e circulação de comboios-tipo até 84 vagões, não havendo agora necessidade da duplicação da via que tem capacidade de suportar até 20,5 toneladas de eixo.

Alguns apeadeiros foram transformados em novas estações como Sinjal, Mecito e Semacueza cuja iniciativa visa permitir maior operação ao tráfego, tendo voltado a reanimar a vida das comunidades daquela via que inclui o ramal Inhimitanga/Marromeu.

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No geral, regista-se uma intensa exploração do vasto potencial de recursos naturais de que se orgulha a bacia sedimentar do Zambeze e do planalto de Cheringoma com o surgimento de povoados no trecho total da Linha de Sena formado por 36 estações e apeadeiros, contribuindo significativamente, no incremento do Produto Interno Bruto (PIB).

A via conhece um intenso tráfego mormente no transporte de carvão mineral num movimento médio diário de 12 comboios, sendo seis carregados e igual número vazios, além de um da própria companhia Portos e CFM-Centro no escoamento do açúcar e melaço de Marromeu, madeiras de Doa e Sinjal e o calcário de Muanza incluindo transporte semanal de passageiros entre Beira e Marromeu e Beira e Moatize.

Tudo isto, segundo o Presidente do Conselho de Administração da Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, Rosário Mualeia, enquadra-se nos esforços visam responder à presente pressão no transporte do carvão mineral extraído em Moatize para exportação.

Fundada em 1939 pela extinta companhia britânica Trans Zambeze Railways e interrompida pela guerra, exactamente, no dia 23 de Setembro de 1983, a Linha de Sena foi reactivada em Agosto de 2011.

A via, em 2004, foi concessionada à então Companhia Caminhos de Ferro da Beira (CCFB), com sociedade maioritária da RÍCON (Rites and Ícon) de origem indiana, cujo contrato viria a ser rescindido por incumprimento das cláusulas do concessionário e posterior reversão aos CFM, em Dezembro de 2011.