Economia Fábrica de algodão sem matéria-prima

Fábrica de algodão sem matéria-prima

De acordo com o director do Instituto de Algodão de Moçambique (IAM), Norberto Mahalambe, a região de Inhambane não está a produzir algodão suficiente para alimentar com matéria-prima necessária aquele empreendimento. Inhambane produz entre 150 mil toneladas e 200 mil toneladas por ano.

O Governo da Província, com vista a rentabilizar aquela infra-estrutura, actualmente com capacidade de descaroçamento calculada em cerca de 12 mil toneladas ano, adjudicou a um privado que, entretanto, encontrou muitas dificuldades em abastecer a fábrica devido às fracas colheitas do chamado ouro branco nas últimas cinco campanhas agrícolas.

O adjudicatário, cujo nome não conseguimos apurar, confrontado com aquela realidade, segundo explicou Mahalambe, desenvolveu um trabalho para o fomento do algodão na perspectiva de encontrar matéria-prima que justifique o investimento feito nos trabalhos de reabilitação e modernização efectuados na fábrica.

Norberto Mahalambe disse que com vista ao restabelecimento de produção suficiente, não só em Inhambane, está em curso a elaboração de um plano de fomento de algodão nas zonas áridas e semi-áridas do país, nomeadamente na região sul e em alguns distritos das províncias de Sofala e Tete.

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Segundo indicou o director do Instituto de Algodão de Moçambique, uma das estratégias para a prática daquela cultura de rendimento é a queda regular das chuvas mas a região sul do país, nos tempos que correm, regista pouca precipitação atmosférica nas zonas onde se cultiva o algodão, daí que, como alternativa, o Governo encomendou aos seus parceiros um estudo de viabilidade económica para a produção de algodão nas zonas áridas e semi-áridas não só em Inhambane, mas também em todo o país.

Na campanha agrícola 2011/12 o país arrecadou cerca de 130 milhões de dólares norte-americanos resultante da comercialização de 184 mil toneladas de algodão. Uma parte desse montante, calculado entre 60 e 70 milhões de dólares, ficou nas mãos dos produtores.

Norberto Mahalambe explicou ainda que o mercado asiático é o maior consumidor do algodão produzido no país. Portugal, Maurícias e África do Sul são os outros países que compraram o algodão moçambicano. O país conta actualmente com 250 mil produtores de algodão, sendo que Nampula é a província maior produtora desta cultura de rendimento em todo o território nacional.

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