Sociedade Criminalidade Antiga directora provincial de saúde vai a julgamento por desvio de fundos

Antiga directora provincial de saúde vai a julgamento por desvio de fundos

Pelo menos quatro processos distintos sobre casos de corrupção em algumas instituições do Estado vão brevemente ao julgamento, sendo o primeiro relativo a desvios de dinheiro na Saúde, na província de Maputo, segundo escreve o jornal Notícias.

O caso de Maputo tem como réus uma antiga directora provincial de Saúde e um dos chefes do sector, que através de um esquema de simulação de reparação de carros na oficina de um indivíduo, co-réu no processo, sacaram 54 mil meticais, num expediente que tinha em vista retirar cerca de 150 mil MT da instituição.

Sem revelar os nomes, Bernardo Duce, um dos procuradores do Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC) e porta-voz do órgão, disse ontem em Maputo que este caso faz parte de um dos quatro processos submetidos em Julho para julgamento, tendo o Tribunal Judicial da Matola já marcado a sessão para quinta-feira, 8 de Agosto corrente.

O Gabinete acusou ainda um comandante distrital da Polícia em Inhambane que celebrou contratos para policiamento com firmas públicas e privadas. Para o efeito, orientou os seus agentes para que nos dias de folga fossem garantir segurança àquelas unidades, exercício que lhe permitiu amealhar 117 mil meticais.

Corre ainda, segundo Duce, um outro processo contra cinco agentes da Polícia de Investigação que, tendo tomado conhecimento de que três indivíduos detidos em conexão com um certo crime seriam iminentemente soltos por ordem da Procuradoria, cobraram 26 mil meticais aos familiares supostamente para facilitar a libertação das pessoas. O caso deu-se na Matola e será julgado pelo Tribunal da Machava.
Em Nampula, o Gabinete local de Combate à Corrupção acusou um director distrital de uma cadeia que se terá envolvido na soltura ilegal de um detido mediante recepção de três mil meticais.

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Naquela mesma província, foi remetido ao tribunal um processo em que se acusa um chefe de Serviços Distritais de Administração e Finanças de ter delapidado o Estado em 29 milhões de meticais desde 2008. O acusado criou uma empresa que passou a fornecer material de escritório, fardamentos e alimentação ao distrito, num negócio em que ele era simultaneamente o vendedor e cliente.

No geral, aquela unidade da Procuradoria-geral da República tramitou em Julho 55 processos, tendo deduzido acusações em 13 e submetidos quatro para julgamento, de acordo com dados ontem revelados por Bernardo Duce no encontro mensal com a Imprensa.

No mesmo período, precisamente no dia 23, foi detido em flagrante delito um agente da Polícia de Transito a receber 1200 meticais de um automobilista. O valor era para anular uma multa de 10 mil meticais passada ao condutor no dia anterior.

No anterior informe, o GCCC indicou ter tramitado 46 processos, acusado 11 e julgado seis, o que resultou em penas que variam de três meses a seis anos.