Economia Acordo trabalhadores e patronato: Finalmente o consenso nas minas da Kenmare

Acordo trabalhadores e patronato: Finalmente o consenso nas minas da Kenmare

O acordo rubricado no final de dez dias de negociações visando ultrapassar as diferenças que se mantinham há cerca de sete anos, ou seja desde o arranque das actividades daquele consórcio irlandês, preconiza o melhoramento das condições laborais nomeadamente na componente de transporte e assistência medica e medicamentosa além das ferias e folgas.

Por outro lado preconiza a melhoria das condições salariais sempre que o volume de vendas ao mercado internacional de matérias-primas de titânio registar incremento, além de bónus para de produtividade para os trabalhadores dos sectores directamente relacionados com a extracção e processamento de minérios.

Os trabalhadores da Kenmare, através do respectivo comité sindical vinha se recusando a rubricar o regulamento interno elaborado há cerca de cinco anos, por não concordar com alguns aspectos nele contidos relacionados com a componente disciplinar.

O director-geral adjunto da Kenmare Moma Mining Délio Darsamo, exaltou a assinatura do acordo colectivo de trabalho que considerou uma abertura da sua empresa em relação as preocupações da massa laboral, mas manifestou o seu optimismo quanto ao incremento dos níveis de produtividade no conjunto das actividades levadas a cabo pelo empreendimento cuja implantação absorveu cerca de 700 milhões de dólares norte americanos.

Além do acordo rubricado marcar o fim dos conflitos que vinham caracterizando o relacionamento entre as partes, Delio Darsamo disse que vai abrir nova etapa de abordagem dos desafios que a Kenmare tem sobretudo para a satisfação do mercado em relação às matérias-primas de titânio que registam uma demanda em crescendo nos últimos tempos, merca da recuperação de algumas economias fortes.

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Por seu turno Gabriel Celestino, secretário do comité sindical dos trabalhadores de Kenmare que representa os interesses de 1.427 operários e pessoal administrativo, reconheceu que o consórcio paga salários considerados satisfatórios quando comparado aos empreendimentos de grande dimensão em curso no país.

Segundo ele, com a aceitação pelo patronato da revisão salarial sempre que o custo das matérias-primas de titânio registarem subida no mercado internacional, bem assim a satisfação da reivindicação sobre folgas de dois dias depois de quatro de trabalho e o respeito da licença disciplinar de 30 dias por ano, entre outros pontos, estão criadas as condições para um bom ambiente de trabalho na empresa.

Os documentos assinados em Topuito, seguem nos próximos dias ao Ministério do Trabalho segundo Caetano Amurane, director dos Recursos Humanos na Kenmare Moma Mining, para efeitos de homologação.

Os trabalhadores da Kenmare em Moma já observaram duas paralisações laborais desde o arranque das actividades extractivas em 19 de Outubro de 2007. Nesse intervalo registou/se uma ameaça de paralisação que no entanto mereceu a intervenção a direcção provincial do trabalho para mediação e que culminou com o regresso ao trabalho pela massa laboral.