O administrador do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa, disse que o optimismo quanto ao alcance dos objectivos preconizados deriva fundamentalmente do abrandamento da inflação verificado em Maio e Junho, tendência que nas previsões do banco poderá manter-se em Julho.
“As nossas expectativas são de que este abrandamento vai prosseguir em Julho. Por essa razão, as nossas estimativas iniciais melhoraram e estamos, em Junho, mais optimistas em tornar possível o objectivo de inflação estabelecido para o presente ano nos seis por cento”, frisou Waldemar de Sousa.
Falando em conferência de Imprensa destinada à publicação da “Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação” referente ao segundo trimestre de 2013, Waldemar de Sousa referiu que depois de uma aceleração, nos primeiros meses do ano, que culminou com uma inflação acumulada de 2,77 por cento em Março, já no segundo trimestre, assistiu-se a um cenário de abrandamento do ritmo de agravamento do nível geral dos preços.
Tal tendência levou a uma inflação acumulada de 2,50 por cento, em Junho, correspondente a 77 pontos base abaixo em relação ao primeiro trimestre. Por seu turno, a inflação média anual manteve o seu sentido de aceleração, iniciado no início do ano, tendo atingido o nível de 3,03 por cento, em Junho, após 2,23 por cento, em Março último. Em termos anuais, a inflação em Junho ascendeu a 5,20 por cento, representando uma aceleração em 89 pontos base relativamente ao primeiro trimestre do ano em curso.
O comportamento da inflação em Moçambique está alinhado com a tendência que se está a registar a nível dos países da África Austral, com excepção do Malawi que neste momento tem uma inflação a dois dígitos.
Waldemar de Sousa prevê para os meses de Julho e Agosto uma desaceleração da inflação anual em relação aos três meses precedentes, situação que ficará a dever-se essencialmente, à redução dos níveis de depreciação do metical face ao dólar dos EUA, a fortificação da moeda nacional em relação rand sul-africano, bem assim à época favorável para a produção de hortícolas.
Entretanto, as exportações, incluindo os grandes projectos, registaram, em Março, um aumento de 7,6 por cento e de 21 por cento atendendo apenas os produtos tradicionais como algodão e pescado.
As importações totais, incluindo os grandes projectos, registam um aumento de 29,9 por cento e um crescimento de 30,9, excluindo os grandes projectos.
Na balança de pagamentos, segundo Waldemar de Sousa, regista-se um aumento do défice da conta de serviços, devido ao grande investimento estrangeiro, particularmente no domínio dos recursos naturais, que vem acompanhado não só pelo aumento de importação de matérias-primas, mas também por pagamento de serviços diversos.
“Temos também a registar que o investimento directo estrangeiro na economia moçambicana atingiu um bilião trezentos e setenta e sete milhões de dólares, no primeiro trimestre comparado a um bilião e cerca de duzentos milhões de dólares no primeiro trimestre do ano passado”, frisou Waldemar de Sousa.
De uma forma geral a informação macroeconómica apresentada pelo Banco Central revela que o desempenho da economia foi positivo, embora se tenha ressentido do efeito das cheias que assolaram o país no primeiro trimestre com reflexos na redução da produção do sector agrícola e na rede de abastecimento de energia com impacto na queda do volume de produção do sector de electricidade e águas.
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