Economia Impacto ambiental preocupa no carvão

Impacto ambiental preocupa no carvão

Embora haja responsabilidade individual das companhias na gestão ambiental, o presidente da Associação para o Desenvolvimento do Carvão, Casimiro Francisco, explica que há determinados aspectos cuja administração deve ser feita de forma conjunta.

A preocupação dos operadores e do Governo moçambicano em relação aos efeitos ambientais cumulativos surge do facto de em Tete estarem a operar mais de 20 empresas, entre pequenas, médias e grandes, na exploração de carvão, num raio não superior a 50 quilómetros, o que significa que a conjugação dos efeitos acaba, de certa forma, criando danos maiores.

“Operando cinco ou seis empresas mineiras num espaço limitado, há impactos ambientais que não são da responsabilidade nem de um nem do outro operador. São problemas que têm que ser tratados a outros níveis”, frisou Casimiro Francisco, acrescentando que “estamos a sensibilizar várias entidades, incluindo o Governo, e as empresas mineiras para juntarem esforços e tratar dos problemas”, acrescentou.

Os estudos de impacto ambiental realizados pelas empresas no âmbito da implementação dos empreendimentos mineiros não incluíram os efeitos cumulativos da actividade, daí a necessidade de reverter o cenário.

Entre os efeitos cumulativos possíveis, citam-se como exemplos os prejuízos que podem ser causados pelos camiões de transporte de carvão às linhas de água e a exposição a poeiras de áreas localizadas nas proximidades dos corredores usados para o escoamento. Casimiro Francisco destaca ainda a pertinência da produção de planos de ordenamento territorial não apenas a nível de Tete, que acolhe as minas de carvão, como também em todas as províncias abrangidas pelos corredores usados no escoamento daquele recurso energético.

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Tendo em conta a sua delicadeza, os estudos a serem feitos não são da inteira responsabilidade dos operadores mineiros, havendo necessidade de intervenção do Governo, segundo o presidente da Associação para o Desenvolvimento do Carvão.

“Teremos três corredores que vão à costa, linhas de transporte de energia eléctrica e estradas. É preciso planificar como é que estas infra-estruturas vão ser estabelecidas, como forma de prevenir eventuais conflitos em caso de necessidade de reassentamento da população”, frisou numa entrevista concedida recentemente ao nosso Jornal.

Refira-se que no ano passado, com o argumento ambiental, o Governo rejeitou a utilização do rio Zambeze como alternativa para as operações de exportação de carvão mineral, uma proposta que havia sido avançada pela mineradora anglo-australiana, Rio Tinto.

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