O director do Instituto Nacional de Desminagem (IND), Alberto Augusto, considerou difícil terminar a desminagem até 2014 devido à quantidade de minas existentes numa extensão territorial de 2,9 milhões de metros quadrados, área equivalente a 260 campos de futebol, ao longo da linha de fronteira com o Zimbabwe.
“Ao abrigo do Plano Nacional de Acção contra Minas (PNAM) devíamos terminar no dia 1 de Março de 2014, mas devido à situação que se vive na fronteira com o Zimbabwe, cuja desminagem deve ser conjunta, vamos pedir uma extensão do prazo de cerca de 10 meses, isto é, de Março para Dezembro de 2014”, disse Alberto Augusto, citado recentemente pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Segundo o responsável, os acessos à região montanhosa estão bloqueados devido à espessa vegetação, o que torna difícil clarificar a linha divisória entre os dois países, que cobre seis distritos, incluindo o de Manica, na província com o mesmo nome.
“Apesar de acreditar na clarificação das minas em todo o território nacional até Março de 2014, dada a excelente capacidade técnica, o IND afirma que a área fronteiriça constitui um desafio de elevada complexidade, sendo, por conseguinte, impossível a sua conclusão antes do termo do prazo oficial”, refere o director de desminagem.
Alberto Augusto defendeu que o processo de desminagem deve abranger as duas margens da fronteira, pois a limpeza de apenas um dos lados não resolveria o problema, uma vez que o perigo seria sempre eminente para as comunidades de ambos os países.
Em Agosto as autoridades moçambicanas pretendem estabelecer um memorando de entendimento que estabelece as premissas para a desminagem conjunta do território fronteiriço, acordo que deverá preconizar a livre circulação de sapadores.
“A área fronteiriça é um dos maiores desafios que temos, mais por causa das características do relevo, que é basicamente montanhoso e de difícil acesso, pois para desminar Moçambique temos de entrar via Zimbabwe. Estamos numa situação que vai requerer um memorando”, disse.
Desde o fim do conflito armado, em 1992, que opôs o antigo movimento rebelde Renamo e as forças governamentais, Moçambique tem vindo a efectuar trabalhos de desminagem em todo o país.
Em 2009 o Executivo de Maputo pediu às Nações Unidas uma moratória até 2014 para considerar o país livre das minas.
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