A iniciativa foi do Centro de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Sábiè, uma instituição adjacente à Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane.
A capacitação, de dois dias, tinha como objectivo dotar os agricultores locais de ferramentas para o uso sustentável dos solos, com vista a melhorar a eficiência do uso da água na irrigação.
A formação foi ministrada por dois especialistas brasileiros da Universidade Federal de Santa Maria, nomeadamente Ricardo Dalmolim e Adroaldo Robaina. Do lado moçambicano esteve presente Manuel Matsinhe, chefe do Centro de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Sábiè.
Em encontro inaugural com os camponeses, os especialistas disseram que uma melhor distribuição da água pode garantir uma melhor eficiência na produção.
Tendo em conta que a actividade agrícola do nosso país é dominado por uma agricultura de subsistência, devido à escassez de meios tecnológicos para que se aposte numa agricultura mecanizada, os peritos brasileiros apelaram aos camponeses a trabalharem em associações, para poderem dividir os custos e somarem forças. A título de exemplo, falaram do caso brasileiro onde em muitas regiões os camponeses partilham o mesmo tractor.
Afirmaram que Brasil, tal como Moçambique, tem condições climatéricas e ambientais favoráveis para fazer face a fome, apostando numa agricultura altamente industrializada. Mas, segundo eles, no caso de Brasil, foi a partir da década 70 que o país passou a fazer investimentos no sector agrário, através da massificação de tecnologias pelos pequenos produtores. Passados quarenta anos, aquele país tornou-se numa referência mundial na produção de grandes quantidades de alimentos.
Por outro lado, estes peritos defenderam a pertinência de se trabalhar no solo porque, segundo afirmaram, só assim estarão criadas condições para uma melhor irrigação e consequentemente evitar a perda de água. “Nesta ordem de ideia, é fundamental que o camponês conheça o solo para saber qual a quantidade de água a fornecer”, afirmou um dos facilitadores.
A capacitação compreendeu o plano teórico e prático sendo que nesta última foram efectuadas viagens às machambas dos camponeses para trabalhos de monitoria.
Noticias