Sociedade Criminalidade Esquemas nos passaportes travados na África do Sul

Esquemas nos passaportes travados na África do Sul

O Consulado-Geral de Moçambique em Joanesburgo, na África do Sul, conseguiu estancar os focos de falsificação de passaportes, que envolviam redes criminosas que actuavam em conluio com alguns funcionários daquele representação diplomática nacional.

Segundo José Manhique, conselheiro do Consulado em Joanesburgo, diminuiu significativamente o número de registo de casos de falsificação de passaportes envolvendo colaboradores da instituição, uma vez que o controlo e medidas de segurança foram reforçadas. Contudo, segundo explicou, os casos que têm vindo a ser reportados amiúde são todos eles protagonizados por pessoas alheias ao Consulado, mas sim com envolvimento de elementos pertencentes a redes internacionais de falsificação de documentos e que estão sob alçada das autoridades policiais sul-africanas.

“As redes internacionais de falsificação de passaportes não só optam pelo nosso documento, mas também de tantos outros países. Eles vendem todo tipo de documento para quem estiver interessado. Esta questão está a ser atendida pela Polícia local. Contudo, a nível da nossa representação não temos casos de falsificação. Há muito tempo que logramos controlar essa situação e, felizmente, os nossos funcionários não estão envolvidos em nenhuma dessas ilegalidades” – disse Manhique.

Informou-nos que tem vindo a ser reportados casos de cidadãos estrangeiros ilegais de várias nacionalidades, a viverem na África do Sul, que tudo fazem para obter o passaporte moçambicano. Esta procura, segundo a sua avaliação, está relacionada com o facto de o passaporte moçambicano granjear respeito a nível dos restantes países da região e não só, uma cotação atribuída ao facto dos moçambicanos serem tidos como cidadãos de uma conduta exemplar e com um país apetecível para viver, fazendo negócio e outros trabalhos.

“Muitos cidadãos estrangeiros e em situação ilegal quando são detidos na África do Sul preferem ser deportados para Moçambique. Para conseguirem os seus intentos, na fase de triagem por nacionalidade, infiltram-se no grupo de moçambicanos, tentando passar como tal. A justificação é única: pelo simples facto de Moçambique fazer fronteira com África do Sul e de lá dão meia volta, violam a fronteira de novo e retornam ao seu ponto de partida, neste caso a RAS. Grande parte dos ilegais que tem preferido ser deportados para Moçambique é oriunda dos Grandes Lagos. No lugar de voltar aos seus países de origem e iniciar uma nova e longa viagem para África do Sul, eles preferem ser repatriados para Moçambique, porque só se limitam a pular a cerca e entrar de novo. Mentem dizendo que são moçambicanos só para não serem deportados para os seus países de origem. Preferem aqui perto para facilmente regressar” – explicou Manhique.

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Entretanto, para os casos de prorrogação de certificados de emergência ou passaportes por parte de alguns imigrantes moçambicanos na África do Sul, José Manhique disse que o Consulado-Geral tem vindo a detectar casos de pessoas que uma vez atingido o limite de estadia (30 dias) para que o visto caduque, no lugar de viajarem para Maputo, optam erradamente, por desfazerem-se dos certificados ou passaportes usados na travessia, convencidos de que obtendo um documento novo certificado em Joanesburgo, resolvem o problema.

Essa percepção é errada, uma vez que os dados de identificação do viajante são lançados no sistema informático quando alguém atravessa. Não importa se o viajante usa um documento ou outro para atravessar, porque o registo sempre fica.

O Consulado-Geral de Moçambique em Joanesburgo emitiu o ano passado um total de 13370 certificados de emergência para os imigrantes moçambicanos que vivem e trabalham naquele país vizinho. Só este ano, já foram emitidos 5863 certificados de emergência.

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