“A economia moçambicana registou um forte crescimento em 2012, mas as cheias no início deste ano diminuíram ligeiramente as previsões”, escreve o FMI, citado pela Rádio Moçambicano, notando que “as previsões preliminares apontam para um crescimento real do Produto Interno Bruto de 7,4 por cento em 2012” e esperando um abrandamento para os 7 por cento este ano, apesar da destruição das cheias, nomeadamente nos terrenos agrícolas e nas infra-estruturas no sul do país.
Ainda assim, escreve o FMI, ao abrigo do Artigo IV, uma análise anual do Fundo aos seus membros, Moçambique deve crescer 7 por cento, impulsionado pelas exportações de carvão, que vão aumentar também devido aos melhoramentos no transporte ferroviário e na implementação de outros grandes projectos de infra-estruturas.
A inflação deve ficar também nos 7 por cento, “em linha com os objectivos de médio prazo das autoridades”.
O relatório do FMI aponta, no entanto, riscos internos e externos ao crescimento, embora considere que, do ponto de vista orçamental, Moçambique está no bom caminho.
Os riscos externos prendem-se essencialmente com a exposição a problemas climatéricos, choques nos preços das commodities como o carvão, gás, ou petróleo e a variações na ajuda financeira internacional.
Os riscos internos, por seu turno, incluem a possibilidade de ocorrerem atrasos nas melhorias nas infra-estruturas, nomeadamente nos transportes ferroviários e nos portos, nos constrangimentos à oferta de electricidade e eventuais derrapagens decorrentes das eleições municipais de Novembro deste ano e das presidenciais do ano seguinte.
Para o FMI, os riscos podem ser superados através de factores mitigantes, entre os quais estão o crescente apoio financeiro dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e a melhoria das perspectivas para a produção de carvão e para as exportações, para além da perspectiva de crescimento do Investimento Directo Estrangeiro.
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