Com efeito, conforme constatou a nossa Reportagem no local, apenas cerca de seis metros de terra separam as águas da lagoa da estrada, uma situação que preocupa não só as autoridades administrativas dos distritos de Zavala e Inharrime, mas também o governo provincial de Inhambane que se desdobra em actividades de mitigação para impedir que as águas galguem a rodovia e se juntem às do rio Inharrime, na outra margem da EN-1.
O delegado provincial da Administração Nacional de Estradas (ANE), Fernando Dabo, disse que a sua instituição está a desenvolver algumas acções provisórias que consistem na protecção da estrada e dos encontros da ponte do rio Inharrime com recurso a solo estabilizado.
Dabo reconheceu que a erosão provocada com aumento do caudal da lagoa representa um perigo para a EN-1 porque, de acordo com as suas palavras, com chuvas acima do normal pode ficar alagada e, por consequência, causar a suspensão dos encontros da ponte do lado sul no distrito de Zavala, onde se verifica o alargamento da lagoa.
“Estamos preocupados com situação que deteriorou com as chuvas intensas registadas em Janeiro passado, altura em que as águas da lagoa subiram mais de um metro do nível normal. No entanto, com as acções que levamos acabo, conseguimos estancar a erosão com a colocação de cerca de 2.100 metros cúbicos do solo estabilizado para a protecção dos taludes”, disse Dabo.
Fernando Dabo explicou que as actividades de mitigação realizadas no local, dão alguma garantia de contenção da erosão costeira enquanto não iniciam as obras de grande engenharia que consistirão na construção de infra-estruturas de protecção da ponte bem como da própria estrada.
O delegado da ANE disse também que as projecções feitas no local pelos peritos da hidrografia, combinadas com as previsões meteorológicas, nada indicam que o nível das águas da lagoa Poelela poderão subir até galgar a estrada e destruir os encontros da ponte tão brevemente.
“Estamos a trabalhar para que o pior não aconteça. Tanto ao nosso nível assim como das estruturas centrais, o assunto de Inharrime está no topo das prioridades, pois, um eventual alagamento da EN-1 significaria a interrupção do trânsito rodoviário por um longo período, com consequências nefastas para a economia do país. Não estamos ameaçados mas estamos preocupados e estamos atentos a todos os fenómenos naturais que possam a acontecer naquele local”, sublinhou Fernando Dabo.
Entretanto, a nossa fonte fez saber que qualquer intervenção de grande vulto a ser realizada naquela lagoa, deverá esperar pela redução do nível do volume da água. Para tal, conforme assinalou, é necessário que não chova muito tal como aconteceu em Janeiro passado ou então que o nível de precipitação, no mínimo, não seja maior do que o registado nos princípios do presente ano.
Noticias