A ideia é mecanizar o processo produtivo, no sentido de aumentar os rendimentos no sector e fazer com que os agricultores usem as maquinarias disponibilizadas na sua máxima capacidade.
Setina Titosse, Presidente do Conselho de Administração do Fundo de Desenvolvimento Agrário, disse á nossa reportagem que os 110 tractores e respectivos implementos que foram entregues aos agricultores no âmbito dum donativo do governo italiano na ordem de 274 milhões de meticais constituiu uma experiência interessante.
“Estamos a entregar equipamento a preço subsidiado. Os interessados pagam, numa primeira fase, pelo menos 50 por cento do valor e o resto é desembolsado em duas prestações durante dois anos, a uma taxa de juro de 10 por cento. Um tractor com tracção às quatro rodas com os respectivos implementos está a 1.2 milhões de meticais e um 4×2 é um milhão. Por esta via haverá uma selecção. Só quem quer trabalhar é que pode investir. Temos tido uma boa resposta em termos de aquisição. Na zona Sul já não há tractores e a maior parte foram pagos na totalidade. Foi uma boa experiência e com os outros equipamentos vamos embarcar com a mesma filosofia”, disse Titosse.
A perspectiva é que os 19 centros de prestação de serviços que estão a ser montados ajudem a providenciar o cultivo da terra e outros serviços para os que não tem a possibilidade de adquirir uma unidade para além de apoiarem também na manutenção dos equipamentos entregues a outros produtores. Titosse reconheceu que os 19 centros não vão funcionar em pleno de imediato mas com o tempo vão ganhando forma e performance.
“É uma experiência nova mas achamos por bem começar ao invés da situação em que direccionávamos os tractores e a maioria não tinha capacidade de usar e nem de abastecer o tractor. Apertamos um pouco o mecanismo e os que estivessem interessados em adquirir para prestação de serviço tinham de pagar 50 por cento do valor na entrada e o remanescente nos dois anos consecutivos”, indicou Titosse.
No âmbito do financiamento italiano, dos 110 tractores dez foram destinados a zona sul, 30 para o centro e os restantes foram desembarcados no porto de Nacala para o Norte do país incluindo parte da Zambézia.
“Demos mais tractores para a zona norte onde há melhores resultados. Neste momento temos algumas queixas de Tete que acham que a comparticipação é muito alta. As restantes províncias estão a pagar”, disse a PCA da FDA.
Segundo ajuntou, é um constrangimento quando há desvio de aplicação dos tractores que ao invés de servir a agricultura servem outras áreas como o arrasto de troncos sendo por isso mesmo que há uma coordenação com os serviços distritais para controlar localmente e os delegados regionais para apoiarem e sensibilizarem para o uso exclusivo na agricultura.
“Vamos continuar com a mecanização agrícola. Estamos à espera da aprovação final dum crédito solicitado ao Brasil. Se arrancar este programa vão ser cerca de 97 milhões de dólares em equipamento”, indicou Setina Titosse.
Jornal Noticias