Economia Massinga tem farmácia de medicina tradicional

Massinga tem farmácia de medicina tradicional

Rafael Bila, curandeiro formado na vizinha Suazilândia e proprietário da referida farmácia, disse que é vocação da sua instituição fornecer remédios tradicionais aos interessados pois, segundo afirmou, existem muitas doenças cuja consulta e tratamento requer a medicina tradicional.

“Fiz um estudo e verifiquei que há muita gente a morrer nas unidades sanitárias públicas por doenças que deviam ser tratadas tradicionalmente. Foi por isso que requeri ao Governo a instalação desta farmácia e respectivo consultório para salvar muitas pessoas”, disse Rafael Bila.

Aquele estabelecimento instalado no centro da vila municipal da Massinga virou um hospital paralelo às unidades sanitárias públicas da região, conforme considera Rafael Bila. Disse ter medicamentos para curar reumatismo, lavagem estomacal, tuberculose, impotência sexual masculina, asma, entre outras enfermidades.

Rafael Bila, que trabalha no seu consultório médico no interior da farmácia, com sua esposa e irmão, nomeadamente Amina Bernardo Massingue e Simão Alfiado Bila, também curandeiros, diz que a sua maior preocupação é obter das autoridades governamentais locais uma autorização para realizar consultas a doentes internados nas unidades sanitárias públicas.

“Acho que dentro da coordenação que existe entre a medicina tradicional e o Governo, em especial com o Ministério da Saúde, devia estender-se no campo de trabalho, isto é, os curandeiros de reconhecido desempenho deviam ir às unidades sanitárias observar doentes aí internados ou ainda tratá-los”, disse Bila.

Massinga tem farmácia de medicina tradicional

Para aquele curandeiro, que virou um empreendedor do distrito da Massinga através da sua actividade, é penoso encontrar doentes nos curandeiros com doenças cujo tratamento só pode ser feito num hospital ou pacientes internados nas unidades sanitárias sem sinais de melhorias porque, conforme defendeu, a solução para a enfermidade só pode ser encontrada na medicina tradicional.

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“Precisamos de ter esse intercâmbio entre a medicina tradicional e medicina moderna na prestação de cuidados de saúde às comunidades”, defendeu Rafael Bila.

Na ocasião falou sobre o tipo de medicamentos vendidos na sua farmácia como, por exemplo, o XF em forma de xarope, que serve para curar asma, o HV para curar tuberculose e NB que funciona como um anti-retroviral.

As raízes para fazer essas misturas vendidas em forma de xaropes, segundo suas explicações, são encontradas no fundo do mar. Disse também que o seu estabelecimento regista uma afluência não só de doentes que procuram os seus serviços, como igualmente para comprar medicamentos.

Referiu que a média diária das consultas é de seis a dez pessoas e para compra de medicamentos não tem estatística, porque sempre há clientes a precisar de medicamentos, havendo algumas raízes que chegam a registar uma ruptura de stocks.

Rafael Bila, de 39 anos de idade, cursou medicina tradicional na vizinha Suazilândia. Foram sete anos de aprendizagem e fixou uma farmácia e consultório na Suazilândia, onde trabalhou desde 1993. A farmácia da Massinga funciona desde ano passado.

Jornal Noticias