Estão liminarmente atrasadas as obras de reabilitação, ampliação e asfaltagem da estrada regional 260 que estabelece a ligação rodoviária entre a cidade de Chimoio e a vila de Espungabera, no distrito de Mossurize, província de Manica. Até ao último domingo, o nível de execução física das referidas obras era avaliado em uma média de 14.61 por cento nos seus lotes 1 e 2, nomeadamente Lucite-Espungabera e Chimoio-Lucite.
O Delegado da Administração Nacional de Estradas (ANE), em Manica, Adam Stumbi, que revelou o facto, disse estar preocupado pela situação mas afirmou não ter nada a fazer uma vez que a obra do ponto de vista contratual está dentro do prazo, pecando apenas na execução física que considerou lenta quando comparada com o tempo remanescente para a conclusão do empreendimento.
De acordo com Adam Stumbi, as obras de reabilitação da estrada regional 260 foram adjudicadas a Motta Engil, uma empresa de construção civil de origem portuguesa e tem como consultor a PTF-PLANEGE/Pengest/Consultec. O projecto arrancou em Setembro de 2011, com a duração de 30 meses, estando prevista a sua conclusão em Março de 2014.
Até a este momento, foram executados apenas 11.39 por cento no lote Lucite-Espungabera e 17.88 por cento no lote Chimoio-Lucite, no troço global de 260 quilómetros que constitui a extensão da rodovia. Em média, pelo menos 85.39 por cento da empreitada ainda não foi executada o que deixa a ANE preocupada.
A fonte justifica tal preocupação pelo facto de, volvido mais de metade do prazo contratual, ainda não ter sido iniciado ao menos o trabalho de revestimento. “Neste momento, nenhuma secção está ainda revestida de asfalto, decorrendo apenas o trabalho de destronca, limpeza, terraplanagem, construção da base e sub-base e compactação dos solos nos troços atée agora abrangidos”, disse o delegado da ANE.
De um modo geral, segundo a fonte “podemos concluir que o trabalho no terreno está atrasado, mas em relação ao contrato, a obra Aida está dentro do prazo. A medir pelo programa do trabalho inicialmente traçado, a obra esta atrasada pois ainda não tem nenhuma secção revestida” – disse Stumbi.
Para o delegado da ANE, “não podemos ainda dizer que tudo está perdido, porque não sabemos que nova dinâmica o empreiteiro vai empreender para minimizar este atraso e compensar o tempo perdido. Se lhe perguntarmos, esta vai ser a resposta do empreiteiro. O nosso desafio, porem, e que ate hoje não temos ainda nenhuma secção da rodovia revestida”.
As obras de reabilitação da Er-260 arrancaram em Setembro de 2011 e consistirão no alargamento e asfaltagem da rodovia num troço de aproximadamente 260 quilómetros. O empreendimento está orçado em 4.5 biliões de meticais, disponibilizados pelos Governos moçambicano e português.
Ate ao momento decorre o trabalho de destronca, limpeza, construção da base, sub-base e compactação de solos, prevendo-se que o processo de asfaltagem tivesse início quando passasse a presente época chuvosa. Passados esses meses de sol, nada ainda foi feito neste sentido.
A referida obra, a concretizar-se, virá a ser a primeira de raiz e desta dimensão a ser erguida no pós-independência e uma vez concluída, virá a impulsionar o desenvolvimento sócio-económico da região beneficiária, estimular a produção agro-pecuária e promover o turismo.
Para além disso, a estrada regional 260 constitui o principal eixo rodoviário que liga entre si a cidade de Chimoio, a sede distrital de Sussundenga, o posto administrativo de Dombe e a vila fronteiriça de Espungabera, sede distrital de Mossurize, limítrofe com o distrito zimbabweano de Chipingue, regiões consideradas estratégicas na produção agro-pecuária, mineira e turística.
Com um intenso tráfego rodoviário, circulando nela centenas de viaturas diariamente, a estrada em referência constitui o principal eixo rodoviário cuja asfaltagem constitui também uma plataforma eficaz para o escoamento da produção agrícola e transporte de pessoas e bens, bem como para o desenvolvimento económico e social daquela região.
Antes de iniciarem as obras de asfaltagem desta via, duas grandes e estratégicas pontes foram inauguradas sobre os rios Mussapa e Lucite, num projecto que custou o equivalente a mais de 600 milhões de meticais, num lote que incluía a ponte sobre o rio Nhancuarara.
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