Economia Agricultura Duzentos e noventa milhões para agricultura empresarial

Duzentos e noventa milhões para agricultura empresarial

O ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, que fez ontem o lançamento dos dois programas, afirmou que os empresários devem apropriar-se do projecto através da prestação de serviços agrários, sendo objectivos do programa dar mais cunho à cadeia de valor, garantindo a segurança alimentar, e revigorar o sector familiar nas províncias da Zambézia, Sofala, Manica e Tete, na região centro, bem como em Nacala, na região norte do país.

Os dois programas serão implementados num horizonte de três a cinco anos, podendo haver novos investimento, dependendo dos sucessos que forem alcançados.

O primeiro programa, orçado em 170 milhões de meticais, é designado FINAGRO e visa prestar apoio ao investimento de agro-negócios destinado ao sector privado em Moçambique. Será implementado pela TechnoServe e Agência de Desenvolvimento do Zambeze, e visa dar suporte a pequenas e médias empresas, associações e cooperativas que operam no ramo agrário, pré-processamento, comercialização e actividades de exportação.

Segundo o ministro da Indústria e Comércio, o programa irá, igualmente, promover parcerias entre os agricultores comerciais, pequenos agricultores e agricultores emergentes, aumentar o acesso aos insumos e equipamentos em áreas específicas, aumentar o valor e volume de exportação, bem como gerar novos empregos.

O programa vai também reforçar a produção da fruta tropical, nomeadamente manga, banana e ananás, sementes de oleaginosas como amendoim, soja e gergelim, leguminosas e outras culturas alimentares como milho, arroz, batata, mandioca e outras, acrescentou Inroga.

Duzentos e noventa milhões para agricultura empresarial

O segundo pacote lançado é o programa de Relançamento do Sector Empresarial II, estimado em 120 milhões de meticais. O Governo recuperou em oitenta por cento o valor que tinha sido financiado aos mutuários nas cheias do ano dois mil nas províncias de Gaza e Sofala, e pretende usar este dinheiro para o financiamento da agricultura, comercialização e prestação de serviços agrários, agro-indústria e leasing mobiliário.

Este programa será implementado também na região centro do país banhada pelo Rio Zambeze, nomeadamente nos distritos da Maganja da Costa, Mopeia, Namacurra, Nicoadala e Quelimane, na província da Zambézia, bem como no Dondo, Búzi e Beira, em Sofala, e Manica. Sessenta por cento dos 120 milhões de meticais serão destinados à província da Zambézia, uma decisão que visa acabar com as lamentações do sector empresarial local, que tem vindo a afirmar que os grandes projectos nunca são direccionados àquela província.

A taxa de juro estará entre 10 e 12 por cento anual e será potenciada a área de produção de arroz e outras culturais anuais de alto valor económico previstas no Plano de Acção de Produção de Alimentos.

Entretanto, o governador da Zambézia, Joaquim Veríssimo, afirmou que os projectos vão fazer com que a província seja num futuro muito próximo o berço do agro-processamento.

Já o representante da USAID, Michael Jordan, disse na ocasião que o Governo do seu país está disposto a apoiar Moçambique nos programas de desenvolvimento, mas asseverou que o combate à pobreza depende muito dos próprios cidadãos nacionais.

Estiveram presentes no acto membros do Governo, parceiros, associações económicas, sociedade civil, entre outros.

Jornal Noticias