Economia Agricultura Continua importação de vegetais da RAS sem obedecer as exigências fitossanitárias

Continua importação de vegetais da RAS sem obedecer as exigências fitossanitárias

Equipas do ministério da Agricultura dizem ter se deslocado à fronteira de Ressano Garcia, onde confirmaram denúncias feitas sobre a importação de produtos frescos sem a apresentação da licença de sanidade vegetal e o certificado de inspecção fitossanitária que devem acompanhar os produtos à chegada ao Posto de Inspecção Fitossanitária na fronteira.

A directora nacional de Serviços Agrários, Carla Albino, alerta que as importações feitas à margem da legalidade são um risco iminente para a província de Maputo, que é considerada até ao momento livre da mosca da fruta, dado que uma eventual infestação pode causar a podridão e queda prematura entre 80 e 100 por cento dos frutos atacados.

“Essa situação pode levar à interdição de exportação de produtos de origem vegetal e, consequentemente, cerca de 100 mil postos de emprego estão em risco na região do Sul do Save”, disse.

Falando na cidade da Matola, província de Maputo, durante um encontro entre alguns responsáveis da Direcção Provincial de Agricultura de Maputo e importadores, com objectivo de divulgar os procedimentos a observar na importação de produtos de origem animal e vegetal, Carla Albino disse ainda haver uma fraca percepção dos importadores informais sobre a problemática da praga.

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Continua importação de vegetais da RAS sem obedecer as exigências fitossanitárias

“Os importadores estão a ter dificuldades em obter o Certificado Fitossanitário de Origem do lado sul-africano, pois a maior parte deles não sabe onde se dirigir para o efeito. Nesse contexto, os produtores solicitaram o apoio do Governo moçambicano para intervir junto da África do Sul, de modo a garantir a aquisição de certificados em locais próximos das zonas onde se localizam as farmas”, frisou.

A fonte afirmou ainda estar marcada uma reunião, hoje, em Komatipoort, para a discussão e melhoramento de alguns procedimentos de trânsito de produtos de origem animal entre os dois países e que o Posto de Inspecção de Ressano Garcia passou a emitir temporariamente as licenças de importação fitossanitárias na fronteira desde o dia 8 de Maio corrente.

Entretanto, em declarações a nossa fonte, o presidente da Associação dos Micro-Importadores de Moçambique, Fernando Matusse, mostrou-se a favor das medidas de vigilância adoptadas pelo Governo, lamentando, contudo, a tardia divulgação da obrigatoriedade da apresentação dos documentos exigidos para a importação no posto de inspecção junto à fronteira.

Entretanto, estudos feitos até hoje, demonstram que o consumo da fruta afectada pela mosca não apresenta riscos para a saúde humana.

Jornal Noticias