Trata-se de uma decisão recente do CPMO, após uma análise dos desenvolvimentos e as perspectivas macrofinanceiras para a economia moçambicana, no curto e médio prazos, com destaque para a inflação.
Um comunicado de imprensa do Banco de Moçambique (BM), a que o “Notícias” teve acesso, refere que o CPMO deliberou também intervir nos mercados interbancários de forma a assegurar que o saldo da base monetária não ultrapasse 39.700 milhões de meticais no final de Maio de 2013 e manter o coeficiente de Reservas Obrigatórias em 8,0 por cento.
O mesmo comunicado refere ainda que o indicador do clima económico de Moçambique registou uma redução em Março de 2013, interrompendo assim a trajectória ascendente que se vinha observando desde Julho de 2012.
Em linha com o comportamento do índice agregado do clima económico, as expectativas em relação à procura também apresentaram um declínio no mês, enquanto as perspectivas de emprego mantiveram uma avaliação positiva.
A nível sectorial, o declínio do índice agregado no mês é explicado pela apreciação negativa dos empresários dos sectores de alojamento e restauração e dos transportes, que suplantou as avaliações optimistas dos sectores de indústria, construção, comércio e outros serviços não financeiros.
O comunicado resume o último encontro do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, recentemente realizado em Maputo e destaca que no sector monetário, dados provisórios referentes a Abril de 2013 indicam que o saldo da base monetária, variável operacional da política monetária, expandiu em 1136 milhões de meticais no período, fixando-se em 38.810 milhões no final do mês, ligeiramente abaixo do valor que havia sido previsto para o período.
Em termos de componentes, o comportamento do agregado em Abril foi justificado pelo acréscimo das reservas bancárias em 330 milhões de meticais e das notas e moedas em circulação em 807 milhões de meticais, este último a reflectir os levantamentos de numerário efectuados nas caixas do Banco de Moçambique para fazer face às campanhas de comercialização do tabaco e de outras culturas agrícolas.
Em termos homólogos, este agregado incrementou em 6539 milhões de meticais, equivalente a uma expansão de 20,3 por cento.
Dados preliminares das contas monetárias mostram que, em Março de 2013, o endividamento do sector privado junto do sistema bancário nacional expandiu em 2630 milhões de meticais, para um saldo de 122.358 milhões de meticais, correspondente a uma variação anual de 23,5 por cento.
Nos primeiros três meses do ano, este agregado aumentou em termos líquidos em 6097 milhões de meticais e quando comparado com o período homólogo de 2012, o incremento foi de 23.259 milhões de meticais. Por seu turno, o agregado mais amplo de moeda, composto pelas notas e moedas em circulação e depósitos de residentes, excluindo os do Estado (agregado M3), manteve o saldo de 183.739 milhões de meticais, correspondente a um incremento anual de 28,4 por cento.
Ainda de acordo com a fonte, o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, depois de analisar os últimos desenvolvimentos da conjuntura económica e financeira doméstica, e perante os recentes cenários da envolvente económica internacional e regional, reafirmou o seu cometimento para com uma política monetária prudente, tendo em vista contribuir para atenuar o impacto dos choques exógenos que afectaram o desempenho dos principais indicadores macroeconómicos do país nos últimos meses.
Jornal Noticias