Sociedade Meio Ambiente Estrada Malema–Cuamba: Reabilitação atrasada por desembolsos tardios

Estrada Malema–Cuamba: Reabilitação atrasada por desembolsos tardios

Num encontro havido há dias em Mutuali, no distrito de Malema, entre o empreiteiro de origem portuguesa da obra a “Gabriel Couto” e a governadora de Nampula, Cidália Chaúque, a nossa Reportagem soube que o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), a Agência Internacional Japonesa para Cooperação (JICA), e o Exim Banc da Coreia do Sul, financiadores do empreendimento onde o Governo também tem a sua quota, não estão a canalizar os fundos dentro do cronograma previamente estabelecido no acordo de financiamento.

Nuno Azevedo, representante do empreiteiro, revelou que a atitude dos financiadores, que não está a encontrar justificação plausível através dos canais apropriados, coloca a sua empresa numa posição de incertezas e consequentemente desconfortável a nível das relações com os fornecedores de materiais de construção, porque não cumpre as suas obrigações no que ao levantamento dos mesmos diz respeito no prazo de fornecimento acordado.

Estrada Malema–Cuamba: Reabilitação atrasada por desembolsos tardios

“Fazemos esforços no sentido de não comprometer o pagamento dos salários e outras remunerações aos 144 trabalhadores entre os quais 107 de nacionalidade moçambicana, mas não conseguimos contornar a escassez de materiais de construção além de combustíveis e lubrificantes para garantir a execução das nossas obrigações contratuais em relação a este eixo rodoviário cujo prazo de execução expira em Abril de 2015” – lamentou Nuno Azevedo, para quem o nível de execução da obra, desde que arrancou há cerca de um ano se situa em 17 por cento, um nível de execução considerado baixo.

Outro aspecto que inquieta o empreiteiro da obra, que faz parte do lote três do percurso ligando as cidades de Nampula e Cuamba, com 310 quilómetros, relaciona-se com a incapacidade das fábricas de cimento localizadas na cidade portuária de Nacala, de garantir a oferta do seu produto no mercado e, de acordo com Nuno Azevedo, a solução viável para contornar esse facto está na importação nos países que apresentam facilidades e qualidade daquele material. Esta posição encontra aplausos do Governo que está preocupado em ver cumpridos os prazos de execução da empreitada dentro do prazo contratual.

A governadora de Nampula, Cidália Chaúque, considerou na ocasião importante a conclusão da obra nos prazos previamente estabelecidos porque o desenvolvimento socioeconómico dos distritos que se situam ao longo dos troços abrangidos pelo empreendimento, está em parte dependente das mesmas. “Não podemos duvidar o papel dinamizador que as vias de acesso jogam no processo de circulação de pessoas e bens, comercialização dos excedentes agrícolas, atracção de turistas para as estâncias, entre outros benefícios” – salientou Cidália Chaúque.