Deste montante, de acordo com Raimundo Matule, director nacional da Economia no Ministério da Agricultura, dos quatro biliões de dólares necessários para a implementação do plano, estão disponíveis apenas 19 por cento, esperando-se que a outra parte seja disponibilizada pelos parceiros de cooperação.
Raimundo Matule, que foi um dos convidados ao Conselho Coordenador do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, terminado ontem em Nacala, detalhou que o plano nacional de investimento operacionaliza o Plano Estratégico de Desenvolvimento Agrário, com horizonte de 10 anos.
Segundo Raimundo Matule, pela primeira vez, se tem um documento integrado, na medida em que se abarcam outras componentes que viabilizam o sector agrário, num total de 30 projectos, que incluem estradas para a facilitação da comercialização dos produtos, linhas de energia para o agro-processamento e de pescas.
O plano concentra os esforços de investimento público e de atracção do investimento privado para seis corredores de desenvolvimento agrário, designadamente Maputo, Limpopo, Beira, Vale do Zambeze e Nacala e Pemba – Lichinga.
“Depois de vários estudos e zoneamento agrário, foram determinadas as condições agro-metereológicas, de infra-estruturas que já existem ou que possam ser facilmente criadas e onde se pode ter uma produção competitiva, seja ela do sector familiar, seja ela comercial de pequenos e médios produtores”, referiu.
Um das peculiaridades do plano nacional de investimento agrário é que ele se concentra num determinado número de produtos tidos como sendo determinantes para os grandes objectivos nacionais – garantir a segurança alimentar e nutricional.
Assim, nos cereais, a incidência será no milho, arroz e mapira; nas culturas de rendimento destaque vai para o algodão, girassol, gergelim e castanha de caju; ao passo que na pecuária dedicar-se-á especial atenção à criação de frangos. No ramo pesqueiro, o plano irá concentrar-se na aquacultura e pesca de pequena escala.
Aliás, tal como fez questão de frisar Raimundo Matule, 80 por cento dos montantes a serem disponibilizados no âmbito do plano serão encaminhados para actividades destinadas ao aumento da produção e produtividade, como seja a provisão de insumos e sementes melhoradas, investigação e extensão.
Entretanto, terminou ontem na cidade de Nacala o IX Conselho Coordenador do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, evento que, entre outros temas, fez o balanço das actividades realizadas e traçou as perspectivas para os próximos tempos, para além de avaliar o impacto dos megaprojectos na economia. Discutiu também a eficácia da ajuda externa e o modelo de desenvolvimento baseado em zonas económicas especiais.
Entretanto, hoje, os membros do Conselho Coordenador vão fazer visitas de campo aos distritos Nacala-à-Velha, Meconta e Monapo, para se inteirarem dos projectos de desenvolvimento em curso naqueles pontos.