Num encontro esta semana com representantes dos órgãos da comunicação social, o director nacional da Saúde Pública, Mouzinho Said, disse que o sector está preparado para lidar com casos da doença, uma vez dispondo de meios como medicamentos e vacina, contrariamente ao que aconteceu quando da eclosão, pela primeira vez, do surto, em 2004.
O primeiro caso recentemente reportado foi de uma criança que vinha da Suíça, com o vírus e que viria a perder a vida. Na sua casa contaminou o irmão e outros dois profissionais da Saúde, para além de outros seis cidadãos contaminados o que perfez um total de nove casos.
“O que deve acontecer agora é os órgãos da comunicação social evitarem a publicação de conteúdos que criem pânico. Em termos de tratamento, temos já um medicamento denominado taniflu e existe ainda a vacina para a prevenção”, disse.
Referiu que neste momento não estamos numa fase em que se necessite de uma vacina, sendo válidas as medidas de prevenção como, por exemplo, manter a distância de um metro uma vez em contacto com sintomas da doença, proteger a boca ao tossir ou espirrar com o braço e não com a palma da mão e, caso seja com a mão usar sempre o lenço, para evitar a propagação do vírus.
Outra medida recomendada pela saúde sempre que se estiver diante de uma pessoa doente é evitar o aperto das mãos, beijos e abraços, não tocar nos olhos, nariz ou boca sem primeiro lavar as mãos.
São sintomas da gripe “A” (H1N1) a ocorrência de febres altas, acompanhadas de tosse e/ou dores de garganta, dores no corpo, dores de cabeça, calafrios e cansaço e nalguns casos vómitos e diarreia. A grande complicação é a dificuldade de respirar.
Entretanto, ainda no decurso do encontro com a comunicação social, Mouzinho Said deu um informe geral sobre a situação da cólera no país, face à onda de desinformação que nalguns casos semeia luto nas famílias moçambicanas.
Sobre a desinformação, Said aponta factores que transcendem a esfera da Saúde resvalando-se para os campos antropológicos e/ou sociológicos para além da confusão de natureza semântica. Para o efeito, tendo em conta que os problemas de desinformação são repetitivos sempre que eclode o surto, a ideia é incluir nas campanhas de educação cívica não só agentes da Saúde como também antropólogos capazes de decifrar e ajudar a ultrapassar certas barreiras.
“Já estamos a trabalhar com outros sectores para a compreensão e mudança de atitude das comunidades perante a eclosão da cólera, de modo a saberem interpretar e lidar com o fenómeno”, salientou.
No que tange à malária, a situação é descrita como satisfatória a medir pelos reduzidos números de casos. Contudo, receia-se uma eventual mudança nos próximos tempos, factor relacionado com a queda das chuvas registadas nos últimos tempos.