Discursando na abertura da V Sessão da Assembleia Provincial, José Matias Mugalla, disse não ser compreensível que uma província rica em produtos florestais como Cabo Delgado, não disponha de uma indústria de mobiliário de qualidade e de padrão internacional, capaz de abastecer o mercado interno e externo e contribuir, largamente, para a produção de mobiliário escolar a preços competitivos.
“Estamos, pois, em presença de um enorme desafio, que se coloca a todos nós e, especialmente, ao governo provincial, na mobilização de investimentos que valorizem, continuamente, os nossos recursos naturais. Neste âmbito, entendemos que a província não se deve contentar em ser apenas um mero exportador dos recursos florestais. É expectativa geral, ver implantada na província uma indústria transformadora de madeira”- disse Mugalla.
O presidente da AP, desafiou ainda o executivo provincial, dirigido por Eliseu Machava, para que no quadro dos esforços que vem empreendendo, melhorar os níveis de fiscalização e adoptar medidas que elevem também os níveis de transparência, através da publicitação dos dados sobre a exploração florestal na província, não apenas sobre as metas, bem como sobre a receita colectada e das comunidades abrangidas pelas zonas de corte.
Num outro desenvolvimento, José Mugalla disse que apesar das grandes descobertas de recursos naturais na província, a agricultura continua a constituir a base do desenvolvimento, afirmando que esta área reclama por um incremento acelerado no que concerne ao uso de novas tecnologias para o aumento da produção e da produtividade, factores que considerou de importantes para a subida da renda familiar e o crescimento económico.
“Tal passa pelo desenvolvimento das áreas de regadio, de que pontificam os regadios de Chipembe, da mecanização agrícola, combinada com a tracção animal, da disseminação de técnicas adequadas de maneio agrícola, da disponibilização de sementes melhoradas e de alto rendimento, entre outros insumos”- disse Mugalla.
No que se refere à área infra-estrutural, o dirigente daquele órgão de fiscalização do executivo provincial, apesar de reconhecer que muitas obras estão concluídas ou continuam em curso, mostrou a sua preocupação com a demora da empreitada da estrada Montepuez-Ruaça, paralisada há sensivelmente há anos.
De acordo com Mugala as vias de acesso, desempenham um papel de primordial importância na cadeia de valor e contribuem para a promoção da eficácia dos mercados agrícolas, e não só, e permitem a atracção de investimentos.
“É neste âmbito que ouvimos inquietações quanto ao decurso das obras de construção e reabilitação das estradas Montepuez-Ruaça e Macomia-Awasse, cuja morosidade pode concorrer para o encarecimento das empreitadas, mas sobretudo, adiar para um futuro incerto, o sonho da população e de agentes económicos em ver satisfeitas as suas expectativas”- afirmou.
A Assembleia Provincial de Cabo Delgado, recomendou ainda ao executivo de Eliseu Machava a concentrar-se mais no investimento do capital humano, no desenvolvimento de uma rede viária de qualidade, extensão e fornecimento de energia eléctrica, abastecimento de água potável às populações a níveis cada vez mais elevados. De acordo com o presidente Mugalla, uma vez alcançados estes objectivos, estará a cumprir o Plano Estratégico Provincial lançado em 2011.