Sociedade Meio Ambiente Amanhã: Linha do Limpopo reabre ao tráfego

Amanhã: Linha do Limpopo reabre ao tráfego

Até ontem as equipas envolvidas nas obras de emergência tinham concluído intervenções nos pontos que sofreram danos na sequência das chuvas, faltando por concluir os troço nos Kms 272,9 e 273, no distrito de Chókwè, por sinal os mais afectados pelos estragos.

“A nossa missão era realizar uma intervenção de emergência para criar condições mínimas e seguras de circulação de comboios entre Maputo e Chicualacuala. Naturalmente que depois terá de ser feito um trabalho profundo de reabilitação para devolver a performance inicial da linha”, explica Emílio Funzamo, da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), que coordena as equipas de trabalho destacadas para a Linha do Limpopo.

Essencialmente, a intervenção de emergência consistiu na reposição da plataforma da linha, que fora literalmente destruída pelas águas em vários troços do trajecto. Nalguns pontos até os carris que haviam sido arrastados dezenas de metros para fora da plataforma tiveram que ser levados de volta ao lugar, havendo situações em que se teve que recorrer à soldadura para unir peças que foram quebradas pela força das águas.

A nossa Reportagem, que esteve esta quinta-feira no terreno, testemunhou igualmente obras de reposição de travessas, balastro e marcos de quilometragem igualmente movimentados pela violência das águas.

São milhares de metros cúbicos de balastro que foi arrastado da plataforma da via e que as equipas tiveram que assegurar a sua reposição com novo material fornecido por uma pedreira localizada na região de Chitevel, na província de Maputo.

Amanhã: Linha do Limpopo reabre ao tráfego

Segundo Funzamo, concluída a reposição da plataforma, a balastragem e feito o chamado ataque mecânico, a linha deverá ser sujeita a uma inspecção por uma equipa técnica da empresa, que deverá definir o nível de cautelas que se devem tomar numa primeira fase na circulação de comboios, já que a normalização da situação vai obedecer a um processo paulatino.

Aliás, e de acordo com Meque Mandlate, inspector da via, a linha voltará a receber comboios como no passado mas, segundo ele, no princípio a circulação será feita com restrições de velocidade de modo a não só evitar acidentes como também e, sobretudo, permitir uma maior compactação de todo o material colocado na via, nomeadamente solos, travessas, balastro e carris.

Com cerca de 522 quilómetros de extensão, a Linha do Limpopo está fechada ao tráfego desde Janeiro último, situação que além de ter ditado a paralisação do comboio doméstico de passageiros e mercadorias, embaraça as importações e exportações de países como o Zimbabwe, que tem naquela via a única rota para o Porto de Maputo.

A Linha do Limpopo fora reabilitada em 2004 depois de ter recebido obras de emergência pós-cheias 2000, operação que conferiu àquela via uma capacidade de 20 toneladas por eixo, ou seja, cinco milhões de toneladas de carga por ano.