Economia Preço da castanha desmotiva produtores em Inhambane

Preço da castanha desmotiva produtores em Inhambane

Os produtores  da castanha de caju na província de Inhambane, queixam-se dos preços baixos em vigor no país na comercialização daquele produto de rendimento, situação que, segundo disseram, concorre para a sua baixa produção.
Preço da castanha desmotiva produtores em Inhambane

A reclamação foi colocada a directora nacional do Instituto Nacional de Caju (INCAJU), Filomena Maiópe, que semana passada participou na localidade de Macocolombane, distrito de Panda, no lançamento da campanha de comercialização da castanha de caju.

Segundo os produtores, actualmente o quilograma da castanha em bruto varia entre 10 a 12 meticais, um preço muito baixo tendo em linha de conta os custos de produção, nomeadamente, poda dos cajueiros, limpeza para evitar as queimadas descontroladas, pulverização até a própria apanha.

Os produtores aproveitaram a presença da direcção máxima do sector naquela cerimónia para lançar o grito do socorro, pois, segundo afirmaram, os rendimentos provenientes da venda da castanha, embora não sendo muitos poucos, não correspondem a realidade, situação agravada pela arrogância dos compradores que afastam toda a possibilidade de negociação de preços.

“Eles, os compradores, quando chegam nas nossas casas só determinam o preço de 10 meticais o quilograma e mais nada. Eu também não posso negar com a castanha porque não tenho muitas possibilidades de colocar este produto ao comerciante, acabo entregando mesmo sabendo que podia custar um pouco mais do que isso”, disse Pedro Mudisse, produtor e ao mesmo tempo provedor de Macocolombane.

Aquele camponês pediu a intervenção do Estado na fixação do preço, pois, segundo disse, para os distritos de Panda, Funhalouro e Mabote a castanha de caju é uma alternativa à insegurança alimentar ocasionada por factores climatéricos, estiagem e secas cíclicas na região.

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Herculano Macause, de Hambucane arredores de Macocolombane, afirmou que a venda da castanha não passa de uma troca com um outro produto de valor correspondente, daí que os compradores devem aceitar o preço dos donos porque a castanha é importante como outro produto.

Em resposta às inquietações, Filomena Maiópe explicou que uma das razões da queda dos preços é a consequência da crise financeira internacional que está a fustigar a Europa, o maior cliente da castanha moçambicana.

Para contornar a situação, a directora nacional de INCAJU disse que os produtores devem vender a sua castanha em feiras de comercialização, onde todos produtores devem estar unidos e defenderem um preço único.

A província de Inhambane prevê comercializar nesta campanha, 7.500 toneladas de castanha bruta, contra pouco mais de cinco mil toneladas do ano passado.

Por seu turno, o delegado provincial de INCAJU, Jaime Chissico, disse que na época passada a comercialização de castanha de caju baixou drasticamente devido a vários factores climatéricos que fustigaram a província de Inhambane, nomeadamente, intenso frio e queimadas descontroladas. Nessa época pouco mais de 50 mil cajueiros foram destruídos por efeitos combinados, queimadas descontroladas e intenso frio.

Inhambane conta com cerca 500 provedores e pouco mais de 12 mil produtores da castanha. Na presente época foram pulverizados 398 mil cajueiros e foram produzidos 277.833 mudas de cajueiros.

As autoridades do sector de caju naquela região do país estão a desenvolver um projecto da renovação do cajual, pelo facto de grande das actuais plantas não estarem a produzir o suficiente, devido ao estado avançado da sua idade.