Economia Governo financia comunidades onde se exploram recursos minerais

Governo financia comunidades onde se exploram recursos minerais

Governo financia comunidades onde se exploram recursos minerais
O Governo moçambicano vai transferir 766 mil euros, no próximo ano, para as comunidades das regiões onde se exploram recursos minerais em Moçambique, anunciou o primeiro-ministro, Alberto Vaquina.

Falando no parlamento, o primeiro-ministro disse que o executivo inscreveu este valor no Plano Económico e Social e no Orçamento do Estado para o ano 2013 e o dinheiro visa assegurar que a população e o Estado moçambicano tirem maiores benefícios da actividade mineira.

As autoridades moçambicanas pretendem promover ligações empresariais entre as pequenas e médias empresas locais, para criar mais oportunidades de negócios com as multinacionais.

“Desta forma, a indústria extrativa poderá constituir uma oportunidade para a consolidação e fortalecimento das pequenas e médias empresas locais e do empresariado moçambicano. A este respeito, importa referir que o Governo vai transferir, no próximo ano, 30 milhões de meticais (um dólar equivale a 100 kwnzas) para as comunidades onde se exploram recursos minerais”, disse Alberto Vaquina.

Em Moçambique, cerca de 50 empresas estão envolvidas na pesquisa e exploração de recursos minerais como carvão, gás natural, ferro, ouro, pedras precisas e semi-preciosas, areias pesadas.

Contudo, os ganhos destes projectos pela população têm sido questionados por alegadamente beneficiarem mais as multinacionais.

Recentemente, os bispos católicos de Moçambique apelaram para uma “reflexão séria” sobre a implantação dos mega-projectos no país “para saber quem é que na verdade ganha” com estes empreendimentos, cujo impacto, afirmam, é “superficial”
na vida da população moçambicana.

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A crítica da Igreja Católica em Moçambique vem expressa em comunicado enviado à Lusa onde se denuncia a eventual violação dos direitos humanos pelos proprietários de mega-projectos que “expropriam terras dos pobres”.

“É necessário que reflictamos seriamente para saber quem é que na verdade ganha com os mega-projetos e o que é que realmente ganha. O que ganha e quanto ganha a população. O que ganha e quanto ganha o país” e “o que ganha e quanto ganham os donos dos projectos”, questionam.
 
 Na carta pastoral, os bispos católicos moçambicanos dizem ter apenas uma certeza do impacto dos mega-projectos em Moçambique.

“Uma coisa é certa: quem mais perde até ao presente momento são a população e o país e quem mais ganha, e muitíssimo, são os donos dos projectos. Estes tinham sempre que ganhar, mas, actualmente, estão a ganhar muito acima do normal, faltando até ao cumprimento das suas promessas iniciais que, regra geral, não há ninguém que as faça cumprir”, referem os bispos.