Economia Despedimentos injustos preocupam sindicatos do Sector bancário

Despedimentos injustos preocupam sindicatos do Sector bancário

O sindicato Nacional dos Empregados Bancários (SNEB), diz estar preocupado com a onda de despedimentos massivos sem justa causa, protagonizados por diferentes instituições do ramo financeiro, alegadamente para dar lugar aos estrangeiros. 
Despedimentos injustos preocupam sindicatos do Sector bancário

Falando há dias, por ocasião da passagem do 20º aniversário da sua criação, o Secretário-geral do SNEB, Alfeu Chibingo, confirmou que existem instituições financeiras que chegam a despedir cinco ou mais funcionários de uma só vez, alegando desvios de fundos.

O secretário-geral fez saber ainda que os despedimentos abrangem, igualmente e com muita frequência, líderes sindicais, com o objectivo de inviabilizar ou intimidar o exercício pleno das suas funções, que consiste na defesa dos direitos dos trabalhadores.

Segundo o secretário-geral a justificação evocada pelos empregadores para estas demissões são problemas de âmbito laboral, como desvio de fundos. “Só que quando o sindicato vai atrás do problema não encontra provas suficientes, dai que concluímos se tratar de manobras dilatórias para poderem admitir força de mão-de-obra estrangeira”, afirmou.

Para fazer face a estes problemas, Alfeu Chibingo explicou que o sindicato tem recorrido à lei, mas porque a massa laboral ainda constitui o elo mais fraco, acaba perdendo a causa.

A necessidade do aumento do salário constitui outra preocupação dos trabalhadores bancários. “Há casos em que decreta-se o aumento salarial a nível do sistema financeiro, em coordenação com aqueles bancos que são subscritores do acordo colectivo do trabalho, mas as vezes são esses mesmos bancos que não respeitam o acordo”, lamentou o secretário-geral.

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Quanto à promoção que tem sido outro grande calcanhar de Aquiles, o Secretário-geral disse que o acordo colectivo de trabalho preconiza que as promoções devem ser feitas por mérito. “Ainda não conseguimos um entendimento para que as promoções sejam administrativas, mas a nossa preocupação é que nem as promoções por mérito acontecem.”.

Como desafio do sindicato para os próximos anos, Alfeu indicou a necessidade do sindicato prosseguir com a missão de defender os trabalhadores, conseguir celebrar maior parte dos acordos colectivos de empresas e a construção de mais edifícios a nível do país.

O sindicato Nacional dos Empregadores Bancários foi criado a 8 de Dezembro de 1992, com o objectivo de promover a defesa dos interesses dos trabalhadores. Na altura da sua criação o sindicato tinha apenas 637 membros e, hoje conta com 6.520 membros.

Ainda em 1992 o SNEB tinha apenas quatro instituições bancárias e hoje o sindicato representa 8.452 trabalhadores de um total de 18 bancos e oito instituições de micro finanças, sete cooperativas de crédito e dez organizações de poupança, totalizando 43 instituições financeiras no país. Deste número 64 por cento estão filiados no SNEB.

O ponto mais alto da cerimónia do 20º aniversário do SNEB, foi a inauguração do centro de repouso para os bancários, na praia do bilene, em Gaga, que contou com a presença do vice-presidente do Banco de Moçambique, líderes sindicais e perto de 800 trabalhadores. Do estrangeiro esteve o secretário-geral do sindicato nacional dos bancários de Angola.