O secretário-geral fez saber ainda que os despedimentos abrangem, igualmente e com muita frequência, líderes sindicais, com o objectivo de inviabilizar ou intimidar o exercício pleno das suas funções, que consiste na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Segundo o secretário-geral a justificação evocada pelos empregadores para estas demissões são problemas de âmbito laboral, como desvio de fundos. “Só que quando o sindicato vai atrás do problema não encontra provas suficientes, dai que concluímos se tratar de manobras dilatórias para poderem admitir força de mão-de-obra estrangeira”, afirmou.
Para fazer face a estes problemas, Alfeu Chibingo explicou que o sindicato tem recorrido à lei, mas porque a massa laboral ainda constitui o elo mais fraco, acaba perdendo a causa.
A necessidade do aumento do salário constitui outra preocupação dos trabalhadores bancários. “Há casos em que decreta-se o aumento salarial a nível do sistema financeiro, em coordenação com aqueles bancos que são subscritores do acordo colectivo do trabalho, mas as vezes são esses mesmos bancos que não respeitam o acordo”, lamentou o secretário-geral.
Quanto à promoção que tem sido outro grande calcanhar de Aquiles, o Secretário-geral disse que o acordo colectivo de trabalho preconiza que as promoções devem ser feitas por mérito. “Ainda não conseguimos um entendimento para que as promoções sejam administrativas, mas a nossa preocupação é que nem as promoções por mérito acontecem.”.
Como desafio do sindicato para os próximos anos, Alfeu indicou a necessidade do sindicato prosseguir com a missão de defender os trabalhadores, conseguir celebrar maior parte dos acordos colectivos de empresas e a construção de mais edifícios a nível do país.
O sindicato Nacional dos Empregadores Bancários foi criado a 8 de Dezembro de 1992, com o objectivo de promover a defesa dos interesses dos trabalhadores. Na altura da sua criação o sindicato tinha apenas 637 membros e, hoje conta com 6.520 membros.
Ainda em 1992 o SNEB tinha apenas quatro instituições bancárias e hoje o sindicato representa 8.452 trabalhadores de um total de 18 bancos e oito instituições de micro finanças, sete cooperativas de crédito e dez organizações de poupança, totalizando 43 instituições financeiras no país. Deste número 64 por cento estão filiados no SNEB.
O ponto mais alto da cerimónia do 20º aniversário do SNEB, foi a inauguração do centro de repouso para os bancários, na praia do bilene, em Gaga, que contou com a presença do vice-presidente do Banco de Moçambique, líderes sindicais e perto de 800 trabalhadores. Do estrangeiro esteve o secretário-geral do sindicato nacional dos bancários de Angola.