Espera-se com aumento dos volumes de produção o distrito de Moma, não registe nenhuma bolsa de fome, garantido desde modo a segurança alimentar apesar de junto dos produtores haver reservas de produtos que poderão ficar nos seus celeiros até Março do próximo ano.
O aumento da produção que se prevê registar durante a presente campanha de comercialização agrária, de acordo com a nossa fonte tem a ver com facto do incremento das áreas de cultivo que passou de pouco mais de 100 mil hectares para mais de 110 mil o que corresponde a um crescimento de 10 por cento de área preparada e semeada.
Outro facto que contribuiu para o aumento da produção agrária, segundo Araújo Momade, resulta na potencialização da rede de extensão rural pública e de parceiros, nomeadamente organizações não governamentais que operam no sector agrário que passou para 16 extensionistas que se juntam a cinco supervisores que assistem pouco mais de dois mil produtores do sector familiar.
“A rede de extensão pública coberta por apenas três extensionistas afectos aos postos administrativos de Chalaua e Moma-Sede, assistem pelo menos 862 produtores que prepararam a terra numa área de 3 367 hectares, onde semearam milho, arroz, amendoim, batata-doce, feijões, gergelim e hortícola diversa em diversas comunidades e povoados destes postos administrativos”, anotou Araújo Momade.
Aponta-se ainda a introdução do uso da tracção animal que, pese embora, ainda não seja uma prática comum nos produtores locais, esta tecnologia está sendo usada e incentivada pelos técnicos extensionistas e assiste-se uma tendência de aumentar o seu uso. Alias, o distrito já conta com 108 cabeças de boi e 54 juntas para a tracção animal, algumas das quais foram distribuídas na localidade de Topuito, no âmbito da responsabilidade social da empresa Kenmare que explora areias pesadas naquela região.
Num outro desenvolvimento, o administrador de Moma, referiu que com a parceria da ORAM, no âmbito do programa de apoio a delimitação e demarcação de terras comunitárias e promoção de uso sustentável dos recursos naturais foi feito um trabalho nos povoados de Jatone, Nampeia, Pilivili, Hori, Tororone e Nipanemi, no posto administrativo de Moma-Sede e nos de Mavuco, Nachiliua, Nanje, Nuli, Nikepa, Namijaia, Namagelo, Nivipo, Nono e Nochiua em Chalaua.
Nestas comunidades há o registo da realização de 11 estudos de base em delimitação que abrangeu 339 pessoas, como forma de estabelecer indicadores mensuráveis de segurança de posse de terra e recursos naturais disponíveis e acessíveis as populações locais, assim como a protecção dos direitos dos grupos vulneráveis, a sua participação na administração da terra, o conhecimento sobre a lei da terra entre outros aspectos ligados a gestão dos solos aráveis.
O administrador do distrito Moma, disse ainda que com o apoio da ORAM foram constituídos 11 comités de gestão de terra composto por nove elementos, envolvendo em 2 817 membros, na sua maioria mulheres que realizaram confrontação de limites em cinco comunidades que resultou na mediação de dois conflitos nos povoados de Nkhame e Nachiliua.