Sociedade Saúde Sida mata 123 pessoas no Hospital Geral José Macamo

Sida mata 123 pessoas no Hospital Geral José Macamo

Sida mata 123 pessoas no Hospital Geral José Macamo
Cento vinte e três doentes de HIV/Sida morreram no primeiro semestre deste ano, no Hospital Geral José Macamo, em Maputo. No mesmo período outras 23 pessoas perderam a vida vítimas de malária prolongada e resistente a antimaláricos.

A Direcção daquela unidade hospitalar mostra preocupada porque o número de internamento de pacientes infectados pelo vírus do Sida está aumentar.

Jotamo José Come, director do Hospital Geral José Macamo, concedeu esta Segunda-feira (17) uma conferência de imprensa para fazer uma radiografia das actividades feitas nos primeiros seis meses do ano em curso.

Segundo ele, a pandemia do Sida é a principal causa de mortes naquele hospital, onde os pacientes chegam em estado crítico da doença. Entretanto, queixa-se da falta de pessoal médico para responder à crescente demanda dos serviços.

Apesar deste quadro negro, Jotamo Come disse que o desempenho da equipa médica é positivo porque tem sabido satisfazer à demanda dos utentes.

Aquele responsável apontou como constrangimentos às actividades do seu pessoal da saúde, o trabalha para além da carga horária normal como forma de suprir o défice de recursos humanos, ao que se acresce a falta de sangue.

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De acordo com o conferencista, àquele hospital chegam muitos pacientes padecendo de anemia e HIV/Sida. “Temos que recorrer ao Hospital Central de Maputo para ter sangue. E há vezes em que alguns doentes acabam morrendo por falta do líquido vital”.

O @Verdade confrontou Jotamo Come com o facto do Hospital Geral José Macamo ter a fama de mau atendimento. De acordo com ele, não passa de um tabu criado pela população para manchar o hospital e prejudicar os seus utentes. “Pelo contrário, cresce o número de doentes que procuram pelo atendimento. A média tem sido cerca de 600 doentes por dia, dos quais 330 no banco de socorro, 220 nas consultas externas e 40 a 45 nos serviços de maternidade”.

Para atender a esse número, Jotamo Come disse que seria necessário um mínimo de seis enfermeiros e dois serventes por cada área, mas neste momento só existe, por cada área, três enfermeiros e um servente.

Refira-se que o Hospital Geral José Macamo tem uma capacidade de internamento de 410 camas, podendo chegar a 490 logo que as obras de reabilitação de alguns blocos tiverem sido concluídas.