Fonte do Ministério das Pescas não avançou montantes, mas indicou que graças aos investimentos realizados, foi possível a operacionalização do sistema de controlo de embarcações via satélite (VMS), transformação do navio apresado em actividades ilícitas num barco de fiscalização, para além da introdução desde Janeiro último das inspecções prévias dirigidas a navios atuneiros.
A implementação da última medida constitui, segundo a nossa fonte, a materialização das linhas definidas no Plano-Director das Pescas 2010-2019 que é de aumentar a contribuição económica da pescaria do atum.
No geral, estima-se que Moçambique tenha recursos pesqueiros abundantes totalizando 310 mil toneladas entre (crustáceos, peixes marinhos, moluscos e peixes de água doce).
Dados recentes apontam que a pesca ilegal é responsável por perdas no valor de 2.4 biliões de dólares em todo o mundo. A África Subsahariana perde, anualmente, cerca de um bilião de dólares.
Moçambique perde cerca de 64 milhões de dólares, dos quais 27 milhões são devido à subdeclaração de capturas na pescaria do camarão, 7.6 milhões de dólares devido a subdeclaração de capturas acidentais e 30 milhões de dólares. No pressuposto de que podem ser capturadas cerca de 20000 toneladas de atum anualmente na Zona Económica Exclusiva sem que sejam reportadas 1500 dólares por tonelada de atum.
Para minimizar os danos, sobretudo, na pesca do atum, o Estado, também, diz estar a preparar um programa de observadores de pesca a bordo da frota desta especialidade, o que poderá contribuir para um melhor conhecimento do recurso.
Para além da sua importância económica, o atum é considerado estratégico para a nutrição com uma produção global estimada em 140 milhões de toneladas. A região da África Ocidental destaca-se com uma produção média de 75 porcento das capturas.
No caso particular de Moçambique, os benefícios sociais e económicos da pescaria do atum, bem como a sua gestão efectiva, continua condicionada pela natureza migratória deste recurso e espécies a ele relacionados.
Adicionalmente, reconhece-se dificuldades inerentes à produção e disponibilidade de dados fiáveis, sobretudo os relacionados com as capturas realizadas pela frota estrangeira, ao sistema de gestão a nível nacional, a dinâmica do mercado mundial, a inexistência de uma frota nacional e, muito recentemente, aos constrangimentos resultantes do fenómeno de pirataria.