A chefe do posto administrativo de Muxúnguè, Páscoa Mambara, disse em conversa ao Canalmoz que aquele lugar está a desenvolver-se mas não há banco. Acrescentou que há produção de ananás e castanha de caju em grande escala. Também se vendem cabritos e galinhas proporcionando a expansão da rede comercial e hoteleira. “Mas toda esta actividade é realizada com dinheiro no colo por falta de um banco”.
Com um universo de 64.039 habitantes, o posto administrativo de Muxúnguè é um ponto de referência para quem viagem na Estrada Nacional Número Um (N1), que liga o país de norte a sul.
“A instalação de um banco neste local contribuiria de forma positiva para se depositar ou conceder crédito aos operadores agrícolas do sector familiar, comerciantes e operadores turísticos”, disse a administradora.
Dinheiro guardado em latinhas e plásticos
Páscoa Mambarro diz que “em Muxúnguè circula muito dinheiro em condições de completa insegurança”. Indicou que “na altura de pico de produção de ananás e castanha, os vendedores conservam o seu dinheiro em latinhas, plásticos ou em pontas de capulanas”.
“Já temos energia eléctrica, diversas unidades hoteleiras, sendo assim oportunidades que poderiam ser exploradas pelas instituições bancárias. Como governo, o nosso papel é estimular a fixação de instituições bancárias”, observou.
Mambarro diz que nas zonas mais recônditas do posto, algumas pessoas chegam a enterrar dinheiro resultante da comercialização das culturas de rendimento como ananás, castanha e gergelim. “Na época de comercialização de caju os comerciantes têm sido vítimas de assaltos de dinheiro”, disse.
Ananás certificado
O ananás de Muxúnguè está certificado internacionalmente, o que significa que pode ser exportado para qualquer canto do mundo. Em Muxúnguè, são realizadas feiras no sentido de promover a produção do ananás no distrito de Chibabava e outros pontos da província de Sofala.
De acordo com a nossa interlocutora neste momento o ananás é evacuado através de camiões para Maputo de onde depois é exportado. Disse também que está em processo a instalação de uma fabriqueta de processamento de ananás. “Os investidores estarão cá entre Setembro e Outubro”, disse.
A maior parte dos agricultores dos distritos de Chibabava, Muanza e Gorongosa, para além do ananás produzem também banana, manga e castanha de caju.
O distrito de Chibabava, conta com cerca de 1.600 produtores de ananás recenseados. Produzem anualmente 54 mil toneladas. Há cinco mil hectares cultivados com ananás. Apenas cerca de 40 por cento é comercializado actualmente. O potencial agricola desta frita é enorme. Cerca de 60% da actual produção estraga-se ou é consumido localmente.