Integrado na mesma estratégia, em 2011, o Governo investiu cerca de 14 milhões de meticais na aquisição de quatro câmaras frigoríficas e sua instalação na unidade da SEMOC localizada no Chimoio, província de Manica, garantiu, esta quarta-feira ao Correio da manhã, fonte competente do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE).
“A SEMOC é hoje detida em 100% pelo Estado”, vincou a fonte do IGEPE, sustentando que se pretende com a medida realizar um conjunto de actividades de revitalização do sector agrícola, particularmente, daquela empresa para o país passar a ser auto-suficiente na produção de sementes para as suas necessidades.
Para o efeito, o Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), do Ministério da Agricultura, está a apostar na conservação da semente de batata, atendendo que o Governo apresentou como meta acabar com as importações daquele produto, a partir de 2013, segundo a respectiva presidente, Setina Titosse, acrescentando que a aposta deriva do facto de a batata estar a ser colhida entre os meses de Agosto e Outubro de cada ano, mas a sementeira ser feita anualmente a partir de Março ou Abril.
Titosse explicou que com o aprovisionamento da semente, a partir da campanha 2010/11, “estaremos a produzir, anualmente, cerca de 190 mil toneladas, contra um consumo de 277 mil”, realçando que o investimento que está a ser feito na aquisição de maquinaria visa dotar o país de capacidade de processar diariamente entre 40 e 60 toneladas de batata, contra as anteriores 14 toneladas.
A SEMOC conta já com um sistema de frio montado constituído por oito câmaras frigoríficas, quatro das quais financiadas pelo FDA, com capacidade para 200 toneladas cada, se a conservação for a granel.
Refira-se que o ministro da Agricultura, José Pacheco, anunciou recentemente que Moçambique retomou, na campanha agrícola 2011/2012, a produção de sementes depois da conclusão do processo de revitalização da tecnicamente falida empresa estatal Sementes de Moçambique (SEMOC), num projecto que conta com o apoio da Índia.
Pacheco vincou que Moçambique quer relançar a produção de sementes de todos os produtos alimentares básicos, como milho, mandioca, leguminosas, arroz e material vegetativo da batata, tendo para o efeito sido já concluída a elaboração do plano de acção para a recuperação daquela empresa.
O plano prevê a celebração de um crédito de investimento entre o Tesouro nacional e a SEMOC para o financiamento da manutenção da fábrica de processamento em Manica.