Sociedade Cabo Delgado regista 5.770 deslocados após novos ataques terroristas

Cabo Delgado regista 5.770 deslocados após novos ataques terroristas

O total de deslocados em três distritos de Cabo Delgado, norte de Moçambique, aumentou para 5.770, em consequência dos recentes ataques perpetrados por grupos terroristas. 

A informação foi divulgada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), que actualizou os dados até 15 de Setembro.

Conforme um relatório da OIM, a escalada de violência e a crescente sensação de insegurança foram registadas entre 25 de Agosto e 11 de Setembro nos distritos de Muidumbe, Mocímboa da Praia e Montepuez. Este panorama de instabilidade resultou no deslocamento de aproximadamente 5.770 pessoas, correspondendo a 1.471 famílias. Destas, 3.271 pessoas fugiram de Mocímboa da Praia, 2.230 abandonaram várias localidades no distrito de Muidumbe e 269 deslocaram-se do distrito de Montepuez.

Nos últimos quatro dias, o aumento registado foi de 1.500 deslocados, conforme os dados do balanço anterior. Dentre os deslocados actuais, 2.601 são crianças, 235 são idosos e 131 são mulheres grávidas, segundo o relatório disponível.

A OIM destaca que as necessidades mais urgentes incluem assistência alimentar, abrigo, itens não alimentares e serviços de protecção. Um total de 1.462 pessoas encontrou refúgio na localidade de Mueda, entre outros destinos.

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No final de Julho, a OIM já havia reportado que os ataques de grupos terroristas no sul da província de Cabo Delgado resultaram em mais de 57 mil deslocados no distrito de Chiúre. A província tem assistido a um recrudescimento dos ataques desde Julho, com os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e, mais recentemente, Mocímboa da Praia a serem os principais alvos.

Um ataque em Muidumbe, ocorrido a 6 de Setembro, resultou na morte de pelo menos seis pessoas e no saque de campos agrícolas. O Governo moçambicano expressou o seu pesar pelos recentes ataques terroristas em Cabo Delgado, reiterando a responsabilidade do Estado em combater e prevenir a violência, de forma a minimizar o sofrimento da população.

Inocêncio Impissa, porta-voz do Conselho de Ministros, afirmou que as Forças de Defesa e Segurança estão mobilizadas e a actuar no terreno, sob a coordenação dos ministros da Defesa e do Interior, que têm a responsabilidade de fornecer actualizações sobre a situação na região. O porta-voz reafirmou a necessidade de travar a “onda de malfeitores” em Cabo Delgado, com o intuito de evitar novos deslocamentos.