Nos últimos meses, a cidade de Inhambane tem assistido a uma preocupante série de acidentes envolvendo mototaxistas, um fenómeno que deixou profundas marcas nas famílias afectadas e revelou fragilidades na regulação desta actividade.
Apenas numa semana, três vidas foram tragicamente perdidas em acidentes com motorizadas dedicadas ao transporte de passageiros.
Diante deste cenário alarmante, as autoridades municipais decidiram tomar medidas firmes. O resultado imediato foi a apreensão e subsequente legalização de mais de 40 motorizadas que circulavam de forma irregular, sem a devida documentação ou licenciamento.
A iniciativa não se restringiu, no entanto, à vertente repressiva. O município manifestou a intenção de capacitar os condutores, visando trazer ordem a um sector que cresceu de maneira descontrolada.
Novais Abubacar, vereador para a Área dos Transportes no município de Inhambane, enfatiza que o principal objectivo desta acção não é a perseguição dos mototaxistas, mas sim a salvaguarda de vidas e a restauração da segurança nas estradas da cidade.
“O trabalho foi positivo. Conseguimos alcançar os nossos objectivos, que consistiam em travar, ou pelo menos reduzir, a frequência dos acidentes que ocorriam quase semanalmente. Por isso, realizámos a campanha e apreendemos os meios que circulavam ilegalmente. Os resultados já se fazem sentir. Desde então, os acidentes praticamente cessaram e notamos uma mudança no comportamento dos mototaxistas, com um aumento da prudência e do respeito nas estradas”, afirmou o vereador, destacando o impacto imediato das medidas.
Apesar das apreensões, a edilidade decidiu combinar a acção enérgica com iniciativas pedagógicas. De acordo com Novais Abubacar, foi realizada uma campanha de sensibilização sobre condução defensiva, sublinhando junto dos condutores a importância de respeitar o código de estrada.
“Retiramos os meios que operavam ilegalmente, mas também proporcionamos oportunidades de capacitação. Não se trata apenas de legalizar a motorizada; é fundamental legalizar o condutor. Muitos destes jovens nunca tiveram contacto com uma escola de condução. Aprenderam em casa, com amigos ou familiares, e depois se lançaram à estrada para transportar passageiros. Essa situação é extremamente perigosa”, concluiu.