Politica Venâncio Mondlane anuncia integração da ANAMOLA no processo de diálogo nacional

Venâncio Mondlane anuncia integração da ANAMOLA no processo de diálogo nacional

Venâncio Mondlane, figura de destaque da oposição em Moçambique, anunciou que o seu recém-formado partido político, ANAMOLA (Aliança Nacional por um Moçambique Livre e Autónomo), está disposto a participar no “Diálogo Nacional Inclusivo”. 

Este acordo foi assinado em Março passado pelo Presidente Daniel Chapo e por nove partidos políticos.

O processo de consulta pública nacional para o diálogo terá início em Setembro próximo. Durante uma Sessão Extraordinária do Comité Executivo da ANAMOLA, Mondlane destacou que a participação no diálogo é um dos seis pontos enumerados no Plano de Actividades e Acção do partido para 2025 e 2026.

O líder do ANAMOLA sublinhou que o partido ambiciona liderar o desenvolvimento de propostas de políticas públicas e iniciativas legislativas, monitorar a ação governamental, desenvolver projectos de intervenção social, especialmente para apoiar as vítimas de violações de direitos humanos, e relançar a imagem de Moçambique no exterior como um país atractivo com grande potencial.

Mondlane apresentou três prioridades essenciais para o país: a reformulação das regras do jogo, que inclui a actualização do quadro regulamentar; o investimento em infraestruturas, como estradas, escolas, hospitais e tecnologia; e o desenvolvimento do capital humano e social.

Nos seus comentários sobre as áreas programáticas para o desenvolvimento do país, Mondlane destacou seis pontos cruciais: reforma do Estado; desenvolvimento económico sustentável; promoção da paz, harmonia e reconciliação nacional; modernização da defesa nacional e da segurança pública; e reposicionamento do país no cenário das relações internacionais.

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O dirigente enfatizou a necessidade urgente de um sistema eleitoral actualizado e de uma nova constituição que reflita as dinâmicas da sociedade moçambicana contemporânea. Propôs que o novo sistema inclua uma tabulação parcial dos resultados online.

“Consideramos também que a reforma económica deve permitir que o país retenha parte da receita proveniente de impostos e taxas arrecadados nas províncias, utilizando-a para financiar planos e orçamentos provinciais”, acrescentou.

Durante a cerimónia, foi anunciada a criação de uma fundação em homenagem a Elvino Dias, advogado de Mondlane durante as eleições presidenciais, que foi assassinado no ano passado. A estrutura visa honrar a memória de Dias e de Paulo Guambe, agente eleitoral do partido Podemos, também falecido.

Foi decidido que, até à primeira sessão do Conselho Nacional da ANOMALA, agendada para 21 e 22 de setembro, Mondlane assumirá temporariamente a presidência do partido. Alberto Manhique será o Secretário do Partido e Dinis Tivane, o Porta-Voz. A direção da mobilização do partido será liderada por Elsa Ritchua e David Bandeira, enquanto Graciete Vanessa assumirá o cargo de Secretária Financeira.

Por último, a Comissão Executiva estabeleceu três organizações sociais dentro da ANOMALA: a Aliança das Mulheres da ANOMALA (AMA), chefiada por Flavia Nhavoto; a Aliança da Juventude da ANOMALA (AJA), liderada por Saquina Jasse; e a “Aliança Dourada” (ALO), formada pelos anciãos do partido, sob a liderança de Albertina Matavele.