O governo sírio, sob a liderança de Ahmed al-Sharaa, proclamou um novo acordo de cessar-fogo na região de Sweida, numa tentativa de conter a recente onda de violência que afecta o país.
A decisão foi comunicada pelo Ministério do Interior na quarta-feira (16), após uma série de ataques realizados por Israel que atingiram a capital, Damasco.
O acordo de trégua, que consiste em 14 artigos, prevê o término de todas as operações militares na região sul da Síria, a instalação de postos de segurança e a criação de uma comissão encarregue de monitorar a implementação do cessar-fogo, bem como investigar os episódios de violência que ocorreram.
Nesta manhã, o comando do Estado-Maior do Exército sírio em Damasco foi alvo de mísseis israelenses, enquanto outro bombardeio foi registado no Palácio Presidencial. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou as acções militares como uma medida de protecção para a minoria drusa israelense que reside na província de Sweida e nas Colinas de Golã.
Desde o dia 11 de Julho, a Síria, já marcada por instabilidade após o regime de Bashar al-Assad, tem enfrentado um aumento significativo de conflitos, motivados por tensões étnicas entre os drusos, que mantêm relações históricas com Israel, e tribos beduínas em Sweida.
A escalada dos combates levou ao envio de forças do governo sírio, compostas por antigos membros do grupo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), para se unirem aos beduínos na luta contra os drusos. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, mais de 200 pessoas perderam a vida nos confrontos recentes.