Sociedade Parque Nacional de Maputo torna-se o primeiro património natural mundial de Moçambique

Parque Nacional de Maputo torna-se o primeiro património natural mundial de Moçambique

A comunidade moçambicana em Portugal celebra a recente classificação do Parque Nacional de Maputo como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). 

A decisão foi tomada durante a 47ª reunião da UNESCO, que decorreu em Paris no último domingo.

Vários cidadãos moçambicanos radiados em Portugal manifestaram a sua alegria nas redes sociais. A expressão “Parabéns Moçambique” ressoou entre os comentadores, que destacaram a importância desta conquista. Comentários como “viva terra amada” e “maravilhoso” refletem o orgulho da comunidade por esta nova distinção.

O Parque Nacional de Maputo foi oficialmente classificado como Património Mundial, representando um marco significativo para Moçambique e um avanço crucial para a preservação da biodiversidade no continente africano. Gustavo Dgedge, Secretário de Estado da Terra e Ambiente, expressou que este é “um momento histórico e de orgulho” para a nação, reconhecendo o trabalho árduo e a dedicação de vários intervenientes na restauração da área.

Com uma extensão de 1.794 km², o parque oferece uma rica diversidade de ecossistemas, incluindo recifes de coral, zonas húmidas, lagos, e mangais. Esta designação sublinha o papel vital do parque na protecção de espécies ameaçadas. As suas praias, por exemplo, são locais cruciais para a nidificação de tartarugas-de-couro e das tartarugas-comuns, além de albergar a maior concentração mundial de peixe-rei gigantes.

Pejul Calenga, Director-Geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação, salientou a importância da protecção destes espaços selvagens face às alterações climáticas. A classificação do Parque Nacional de Maputo como o segundo Património Mundial do país, e o primeiro de carácter natural, demonstra um forte compromisso com a protecção ambiental.

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Instaurado como parque nacional em 2021, o Parque Nacional de Maputo resultou da fusão da Reserva Especial de Maputo e da Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro. Inicialmente criado para proteger os elefantes costeiros, o parque tem experimentado uma transformação significativa, consolidando-se como um exemplo de sucesso em conservação. Através de parcerias com a Peace Parks Foundation, foram realizados investimentos para reintroduzir 5.388 animais selvagens e restaurar o ecossistema.

O parque agora acolhe visitantes em três estabelecimentos turísticos, variando entre experiências rústicas e de luxo, ao mesmo tempo que proporciona benefícios diretos às comunidades locais. Estas beneficiam da partilha de receitas, apoio a meios de subsistência sustentáveis e acesso gerido aos recursos naturais.

Werner Myburgh, CEO da Peace Parks Foundation, destacou a importância deste momento, não apenas para Moçambique, mas para a região. Elogiando o compromisso do Governo moçambicano com a conservação e o desenvolvimento comunitário, Myburgh enfatizou que a transformação do que antes era uma área protegida no papel para uma paisagem produtiva é uma conquista coletiva.