O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que suspende por 75 dias a aplicação da lei que proíbe a popular rede social TikTok no país.
Esta legislação, aprovada pelo Congresso em 2024 e que entrou em vigor no último domingo, exige que a ByteDance, empresa-mãe da plataforma de partilha de vídeos curtos, realize a venda do seu activo ou enfrente a proibição em solo americano. A implementação da lei resultou na inacessibilidade temporária do TikTok durante algumas horas no fim-de-semana.
A legislação impõe sanções severas, incluindo multas que podem ascender a 5.000 dólares por utilizador para os fornecedores de Internet e lojas de aplicações. Antecipando tais penalizações, o Departamento de Justiça foi instruído por Trump a não intervir nas operações da rede social durante este período de suspensão, permitindo assim uma análise mais profunda dos riscos de segurança associados ao TikTok e à sua empresa-mãe, a ByteDance.
As autoridades norte-americanas justificaram esta legislação com a necessidade de proteger os dados dos utilizadores de possíveis acessos indevidos por parte de autoridades chinesas, bem como impedir manipulações da opinião pública nos Estados Unidos.
Durante um evento na Casa Branca, onde ratificou este decreto, Donald Trump minimizou os riscos de segurança representados pela popular plataforma. “Existem tantos produtos fabricados na China e o único que se queixam é o TikTok”, comentou, referindo-se a críticas de legisladores. Trump sublinhou que existem questões mais prementes do que a possibilidade de a China obter informações sobre os jovens utilizadores da aplicação.
Em vez de procurar um comprador para o TikTok, uma hipótese que a ByteDance sempre refutou, Trump sugeriu que a empresa chinesa poderia ceder 50% do capital da plataforma aos Estados Unidos em troca da não aplicação da lei. Ele indicou que esta participação poderia ser distribuída entre interesses privados americanos, afirmando ainda que o governo poderia necessitar da aprovação da China para tal arranjo, mas expressando confiança de que isso seria concedido.
Em resposta às declarações de Trump, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China manifestou que, “em questões de operações e aquisições, as empresas devem decidir de forma independente, segundo os princípios do mercado”. No entanto, Trump não hesitou em garantir que, caso a China não desse luz verde para o acordo, seriam impostas tarifas aduaneiras.