Economia Moçambique destina 89 milhões de meticais à reabilitação de dependentes de drogas

Moçambique destina 89 milhões de meticais à reabilitação de dependentes de drogas

As autoridades de saúde em Moçambique têm investido aproximadamente 89 milhões de meticais (cerca de 1,4 milhões de dólares) na reabilitação de indivíduos com complicações decorrentes do uso de substâncias ilícitas. 

Este investimento surge em um contexto em que o país enfrenta desafios significativos relacionados ao consumo de drogas.

Wilsa Fumo, especialista do Departamento de Saúde Mental, na Direcção Nacional de Saúde Pública, afirmou que os custos associados ao tratamento de pessoas afectadas pelo consumo de drogas superam amplamente os gastos com programas de prevenção. “As consequências económicas para a reparação dos danos causados pelas drogas são muito superiores aos custos da prevenção, por isso, a prevenção tem sido priorizada”, explicou.

Além dos impactos económicos, Fumo destacou também as consequências sociais, como o desemprego e a perda de rendimento familiar, resultado da deterioração das capacidades de muitos dependentes.

O relatório mais recente sobre o consumo e tráfico de drogas em Moçambique, referente ao primeiro semestre de 2025, revela uma redução nas apreensões de cannabis sativa e metanfetamina, ao passo que os casos de cocaína e heroína aumentaram em comparação com o mesmo período do ano anterior. No primeiro semestre de 2024, foram apreendidos 881,378 quilos de cannabis, enquanto neste ano o número caiu para 452,957 quilos. A apreensão de metanfetamina também registou uma diminuição, de 438,5 quilos para 416,871 quilos.

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Em contraste, as apreensões de cocaína aumentaram significativamente, com 109,6 quilos apreendidos em 2025, comparados a 55,793 quilos no ano anterior. A heroína também registou um aumento, passando de 42,22 quilos no primeiro semestre de 2024 para 79,578 quilos em 2025.

As autoridades também apreenderam 4,248 quilos de haxixe, 11,66 quilos de anfetamina, oito gramas de Mandrax e 5,270 quilos de medicamentos controlados.

Em termos de rotas de tráfico, as vias marítima e aérea destacam-se como as mais utilizadas. A rota Afeganistão-Paquistão, que utiliza o Oceano Índico, é uma das principais, com desembarque nos portos de Maputo e Nampula. Na via aérea, a rota mais frequente é a de São Paulo para Maputo, com os aeroportos de Maputo e Nampula a serem os mais utilizados.

No que diz respeito ao movimento judicial, o primeiro semestre de 2025 registou um total de 250 processos relacionados ao tráfico e consumo de drogas.