O Observatório Cidadão para a Saúde denunciou recentemente um preocupante esquema de “venda” de sangue em alguns hospitais de Moçambique, envolvendo enfermeiros.
Estes profissionais de saúde estariam a cobrar entre 1700 a 2500 meticais por cada 450 mililitros de sangue, criando uma barreira financeira para os pacientes que necessitam de transfusões.
Segundo o Observatório, este problema está a gerar grande preocupação entre os doentes e os seus familiares, que muitas vezes se veem obrigados a enfrentar um processo burocrático intencionalmente demorado e complicado, com o intuito de extorquir dinheiro.
Mesmo quando as famílias cumprem com todos os requisitos exigidos pelos hospitais, enfrentam dificuldades para conseguir as transfusões necessárias, o que tem, em alguns casos, resultado na perda de vidas.
O Observatório sublinha que estas práticas são uma grave violação do direito universal e equitativo à saúde, um princípio fundamental do sistema de saúde de Moçambique, e contrariam o estatuto do Serviço Nacional de Sangue.
O Observatório Cidadão para a Saúde apela às autoridades competentes para investigarem e tomem medidas urgentes para pôr fim a estas práticas abusivas e proteger os direitos dos pacientes.