Imran Khan, que ocupou o cargo de primeiro-ministro do Paquistão de 2018 a 2022, foi condenado na quarta-feira a 14 anos de prisão, juntamente com a sua esposa, num processo que o acusou de vender ilegalmente presentes que recebeu durante o seu mandato.
A sentença também o declarou inelegível por um período de dez anos.
O veredicto foi anunciado uma semana antes das eleições nacionais e um dia após Khan ter sido condenado a dez anos de prisão num outro processo, relacionado ao vazamento de segredos de Estado.
Antes desta condenação, Khan já tinha sido sentenciado em agosto a três anos de prisão por outra corte, também por vender presentes recebidos durante o seu mandato. Contudo, aquela decisão teve o seu efeito suspenso após ele recorrer.
As autoridades paquistanesas acusam Khan de ter vendido em Dubai presentes no valor de mais de 140 milhões de rúpias (aproximadamente 2,7 milhões de euros). Entre esses itens, destacam-se joias de diamante, aparelhos de jantar e sete relógios, sendo seis deles da marca Rolex – o mais caro, do modelo Master Graff limited edition, avaliado em 1,5 milhões de euros.
Os funcionários do governo são obrigados a declarar todos os presentes, sendo permitido manter aqueles que têm um valor inferior a um determinado montante. Em alguns casos, podem adquirir presentes mais caros com desconto. As autoridades acusam Khan de não ter declarado os itens nem o lucro obtido com a sua venda.
A decisão foi tomada após uma investigação do principal órgão anticorrupção do país, o National Accountability Bureau (NAB), que também acusou a esposa de Khan, Bushra Khan, conhecida como Bushra Bibi, de envolvimento no caso.