Para o efeito, “o Governo aprovou o Plano de Negócios do Porto da Beira, no qual está previsto um investimento até 290 milhões de dólares nos próximos 15 anos, para a expansão e modernização do Porto da Beira, dependendo das condições do mercado”, disse Mateus Magala, ministro dos Transportes e Comunicações.
Contudo, o ministro, que falava na abertura do fórum de negócios para o Corredor da Beira, que decorreu naquela cidade, avançou, igualmente, que os estudos realizados apontam para um incremento do volume de contentores manuseados neste porto, em torno de 300 por cento, nas próximas duas décadas.
Assim, como resultado destes investimentos, a capacidade de manuseamento de contentores passará dos actuais 300 mil para 700 mil contentores por ano, entre outras melhorias, como o aumento da capacidade de manuseamento de carga geral, armazenamento, acessos e outros.
“Reconhecendo o esforço em curso e a crescente demanda, desafiamos a Cornelder de Moçambique, consórcio que gere o porto e linha ferroviária, a prosseguir com os investimentos planificados, devendo atingir o marco de manuseamento de mais de 1 milhão de contentores, como forma de reposicionar o Porto da Beira nos níveis internacionais de volumes absolutos mais significativos”, afirmou o governante.
Daí que, defendeu Mateus Magala, o investimento na ampliação e modernização do Porto da Beira permitirá acelerar o crescimento sócio-económico da região centro, além de cumprir o objetivo de tornar Moçambique num provedor de soluções logísticas para os países da África Austral.
Segundo o ministro moçambicano, o Governo tem consciência de que o operador portuário não actua de forma isolada e afirma que o seu funcionamento pleno depende do bom desempenho de outros intervenientes, como o transporte rodoviário e ferroviário, linhas de navegação, serviços marítimos, serviços logísticos, agenciamento, despachantes aduaneiros entre outros intervenientes.
“Nesta perspetiva, o Governo tem estado a mobilizar recursos para o desenvolvimento integrado do Corredor da Beira, como são os casos dos recentes investimentos realizados na dragagem do canal de acesso ao porto, reabilitação da estrada nacional número 6, reconstrução da linha férrea de Machipanda, entre outros investimentos”, enumerou.
Assim, a linha de Machipanda, com uma extensão de 318 quilómetros, liga o porto da Beira, no centro de Moçambique, ao Zimbabué, país que depende desta via para o acesso ao mar para escoar a produção.
Além da ampliação e modernização de infraestruturas, a visão do governo moçambicano é de implementar reformas que permitam a transformação dos corredores de transporte, passando de apenas vias de trânsito de mercadorias para um espaço de desenvolvimento económico, promovendo a industrialização, agricultura, comércio e outras actividades.
“Devem gerar oportunidades concretas de desenvolvimento para os agentes económicos e melhoria da vida das nossas populações que possam gerar emprego de qualidade e renda para o desenvolvimento nacional e regional”, concluiu Mateus Magala.