Quatro pessoas morreram e pelo menos dez ficaram feridas na terça-feira, num ataque nas imediações da sinagoga de Ghriba, na ilha tunisiana de Djerba, divulgou o Ministério do Interior da Tunísia.
“Um guarda do Centro Naval da Guarda Nacional no porto de Aghir matou o seu parceiro utilizando a sua arma de serviço”, explicou este ministério.
Após recuperar as munições do parceiro, em seguida “tentou chegar às imediações do templo de Ghriba e deliberadamente abriu fogo indiscriminado contra as unidades de segurança destacadas no local, que o impediram de aceder e o mataram”, acrescentou a mesma fonte.
No incidente resultou também a morte de dois fiéis que participavam numa peregrinação judaica, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Entre os feridos estão seis agentes de segurança com ferimentos em vários graus e quatro civis que foram transportados para o hospital mais próximo para receber assistência.
O Ministério do Interior confirmou que o templo foi isolado e que os participantes estiveram protegidos no interior enquanto as investigações decorriam para descobrir as razões deste ataque “traiçoeiro e covarde”.
Em 2002, esta sinagoga, a mais antiga da região do Magrebe, sofreu um ataque ‘jihadista’, reivindicado pelo grupo Al Qaeda, que matou 21 religiosos.
De acordo com a organização, mais de 5.000 peregrinos judeus, principalmente do estrangeiro, participaram este ano na peregrinação à Ghriba, que foi retomada no ano passado após uma interrupção de dois anos devido à pandemia de covid-19.
Organizada todos os anos no 33.º dia da Páscoa, a peregrinação de Ghriba está no centro das tradições dos tunisianos de fé judaica, que não passam de 1.500 por ano, a maioria estabelecida em Djerba, contra 100.000 antes da independência em 1956.
Os peregrinos também se deslocam tradicionalmente de países europeus, dos Estados Unidos ou de Israel.