Destaque Trinta e duas pessoas condenadas a três anos de prisão na Costa...

Trinta e duas pessoas condenadas a três anos de prisão na Costa do Marfim por participação em protestos

Um tribunal na Costa do Marfim condenou trinta e duas pessoas a três anos de prisão por participarem em protestos não autorizados que ocorreram no dia 11 de Outubro, conforme reporta a agência de notícias Efe. 

Esta condenação surge a poucos dias das eleições presidenciais, agendadas para este sábado, que estão marcadas pela exclusão dos dois principais candidatos da oposição.

Segundo os meios de comunicação locais, quarenta detidos foram apresentados à Justiça, alegando que se encontravam na rua durante os protestos, mas que não participaram activamente nas marchas na capital económica, Abidjan. As manifestações, dispersadas pela polícia com o uso de gás lacrimogéneo, foram convocadas pela Frente Comum, uma coligação dos principais partidos da oposição: o Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI) e o Partido dos Povos Africanos da Costa do Marfim (PPA-CI).

Embora os partidos tenham decidido cancelar as manifestações após a proibição das autoridades, os apelos nas redes sociais para que as pessoas saíssem às ruas continuaram, sob o lema “Pela democracia, justiça e paz”. A Efe reporta que as forças de segurança detiveram dezenas de pessoas, suspeitas de serem manifestantes, enquanto estas se misturavam com os transeuntes.

Recomendado para si:  Cheias no México causam 70 mortes e isolam comunidades

Desde os protestos, aproximadamente 700 pessoas foram detidas em várias regiões do país por actos semelhantes, conforme informações do Ministério Público. Dentre estas, cinquenta já foram condenadas na semana passada a três anos de prisão por “perturbação da ordem pública”. Durante a audiência desta terça-feira, o tribunal apenas aceitou as defesas de oito acusados, considerando os demais culpados pela mesma acusação, sublinhando que “a liberdade de manifestação não deve ser confundida com desordem”.

A tensão no país tem aumentado à medida que se aproximam as eleições, especialmente após a imposição, na semana passada, de uma proibição de dois meses sobre comícios e manifestações políticas de todas as formações, excepto dos cinco candidatos autorizados a concorrer. Entre estes não se encontram os ex-candidatos da oposição, Tidjane Thiam do PDCI e Laurent Gbagbo do PPA-CI, ambos excluídos do recenseamento eleitoral.