Desmobilizados da Renamo voltaram a fechar as portas da Delegação Provincial do partido na cidade de Quelimane, numa ação que marca o terceiro encerramento consecutivo, em protesto contra a liderança de Ossufo Momade.
Este ato evidencia que o recente esforço para a reconciliação, simbolizado pelo “cachimbo da paz” fumado durante o Conselho Nacional em Nampula, não teve repercussões positivas na província da Zambézia. Apesar de os encontros realizados naquela cidade terem gerado entendimentos, a insatisfação dos ex-combatentes persiste.
Na sequência da reunião em Nampula, o chefe da Mobilização Nacional da Renamo, Geraldo Carvalho, havia reaberto a Delegação Política Provincial da Zambézia, encerrada desde Maio último, e orientado uma formação para os quadros do partido. Contudo, a reabertura não foi suficiente para acalmar os ânimos entre os desmobilizados, que acusam a direcção nacional de exclusão e de não abordar as problemáticas que realmente afligem o partido.
Em declarações ao “Notícias”, o coordenador provincial da Comissão de Gestão dos Desmobilizados, Chaúque Chamajo, criticou a abordagem de Geraldo Carvalho, que, segundo ele, recorreu à força para reiniciar as actividades, sem se reunir previamente com os ex-guerrilheiros para ouvir as suas preocupações. Chamajo adianta que está em curso a criação de uma Comissão Provincial de Gestão, que deverá guiar os destinos do partido até à realização das eleições internas.
