Um homem de 53 anos teve um quadro de leucemia mielóide aguda, que o levou ao transplante. No ano antes deste diagnóstico tinha testado positivo para o HIV.
De uma forma simples, tal como é explicado no artigo da Nature, a medula recebida tem uma mutação genética que impede o HIV de se desenvolver no organismo, apagando a proteína CCR5, responsável pela entrada do HIV nas células humanas.
Depois do transplante, o homem continuou o tratamento para o HIV, contudo, o vírus era praticamente indetetável, deixando de tomar a medicação. Desde 2019 que não recebe qualquer tratamento.
Apesar de parecer existir evidências que correlacionam diretamente o transplante de medula com a “cura” deste paciente, a equipa médica alerta para o facto de ainda ser precoce retirar conclusões efetivas, mesmo olhando aos outros casos semelhantes.
A Organização Mundial de Saúde diz que atualmente existem 38,4 milhões de pessoas com HIV em todo o mundo. Apesar da medicação garantir qualidade de vida a muitos dos infetados pelo vírus, a cura ainda não foi descoberta. Recorde-se que, recentemente, a vacina contra o HIV foi cancelada na última fase de testes, o que representou um grande retrocesso para o avanço das investigações.
As metas para erradicar a doença até 2030, avança a equipa médica, serão muito difíceis de alcançar, dado que as investigações estão ainda com um atraso muito grande.
“Isto é um símbolo positivo de esperança, mas existe muito a fazer”, referiu o médico Ole Jensen.