Destaque Desarmamento de ex-guerrilheiros da Renamo quase no fim

Desarmamento de ex-guerrilheiros da Renamo quase no fim

O processo de desarmamento dos antigos guerrilheiros da Renamo, principal partido da oposição, chegou aos 90%, revelou, o enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas ao país.

Mirko Manzoni anunciou o encerramento de mais duas bases da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) nos distritos de Mocuba e Sabe, na província da Zambézia, o que coloca em “mais de 800 ex-combatentes” o grupo que entregou armas em quatro semanas.

“Estes passos elevam para cerca de 90% do total de beneficiários do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR)], um feito significativo”, acrescentou.

O próximo desafio é conseguir que a reintegração aconteça, para que ninguém volte a pegar em armas como noutros processos semelhantes.

“Estamos também cientes que a reintegração efectiva dos beneficiários do DDR na vida civil é fundamental para a sustentabilidade do processo. Apelamos às partes interessadas que desempenhem um papel positivo no fomento da paz em Moçambique”, concluiu Manzoni.

O processo de DDR faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado a 6 de Agosto de 2019 entre o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.

Recomendado para si:  Margarida Talapa apela a justiça social e ambiental na reunião dos Parlamentos do G20

O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a principal força da oposição, todos assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.

No âmbito do Acordo, do total de 5.221 elementos a abranger, cerca de 4.700 (90%) já entregaram as armas, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.

O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, disse em Setembro, perante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, que o Governo conta concluir o DDR ainda este ano.

“Com a conclusão desta etapa, mudará o foco” do processo, referiu, salientando que as atenções passarão a estar centradas “numa reintegração a longo prazo e uma reconciliação mais efectiva”.

“São factores essenciais para garantir a sustentabilidade do processo de paz e de consolidação da unidade nacional”, destacou.